Precisamos conversar e construir uma frente ampla de proteção do meio ambiente amazônico, aproveitando a oportunidade de realização de uma COP em Belém. Estarmos unidos como uma só Amazônia será um dos passos para a construção desta frente democrática, capitalista, progressista e apoiadora das reduções das desigualdades regionais
Por Augusto Cesar Barreto Rocha
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Como é um passado recente, cada um de nós faz seu juízo sobre o que se deu entre 2018 e 2023, pois vivemos este período, mas deve ser um consenso amplo, afirmar que a democracia está em crise e que as minorias no país vêm sendo castigadas de alguma forma no período. Como estamos em uma cidade industrial dependente de incentivos fiscais, talvez alguns de nós não tenhamos nos dado conta de que estamos entre as minorias nacionais, com menor grau de desenvolvimento.
Para a Zona Franca de Manaus (ZFM) ser percebida como uma política necessária do Estado brasileiro, é mandatório que se reconheça e aceite o fato de ainda não existir em Manaus ou no Amazonas as condições desejáveis de desenvolvimento para a remoção dos incentivos, mesmo sendo quase impossível que alguém concorde que estamos “bem” ou “tão bem” quanto os grandes centros do Sudeste brasileiro.
A reforma tributária que se avizinha provavelmente terá como motes aspectos com tonalidade e cheiro de “fake news” ou de mentiras sem-vergonha, com vozes “do mercado”. Como a dita reforma, aparentemente, se dará em um ambiente democrático, mas muito conservador (ao estilo brasileiro, que flerta com o reacionarismo), longe de atitudes progressistas, teremos que ter a capacidade de discernir o que interessa e o que não interessa e entender onde estão os amigos e onde estão os adversários da ZFM, para dialogar e angariar apoios para a nossa pauta.
Atualmente, ZFM, democracia, sustentabilidade, ciência e tecnologia estão profundamente conectadas com Manaus, o Amazonas e a Amazônia.
Qualquer elemento contrário a um destes aspectos será adversário da ZFM. Precisaremos encontrar e construir com estes grupos políticos os grandes aliados do projeto ZFM, pois a reforma tributária e a redução dos diferenciais fiscais serão inevitáveis para seus opositores.
Assim, fica um apelo aos parlamentares do Amazonas: posicionem-se no campo democrático, defendendo a ZFM, apoiando as causas que se vinculem com a nossa pauta, pois de outra forma será difícil construir uma base de apoio para nosso projeto, em um congresso menos favorável para as pautas que envolvem as condições e fatores que sustentam a ZFM.
Precisamos conversar e construir uma frente ampla de proteção do meio ambiente amazônico, aproveitando a oportunidade de realização de uma COP em Belém. Estarmos unidos como uma só Amazônia será um dos passos para a construção desta frente democrática, capitalista, progressista e apoiadora das reduções das desigualdades regionais – aqui está a maior oportunidade para manter a indústria da ZFM de pé e avançando.
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