Saiba qual a melhor forma de garantir a preservação da Amazônia, a realidade da principal ONG de desenvolvimento sustentável da região e qual pode ser o seu papel na construção de um futuro mais sustentável
O mundo nas últimas décadas passou a ver uma crescente circulação de manifestações sobre a importância vital do meio ambiente. Hoje basicamente não há quem nunca ouviu falar, ou até mesmo quem discorde em sã consciência que as questões ambientais e climáticas reservam em si uma das chaves para a manutenção de uma pretensa qualidade de vida, ou mais diretamente, da simples vida; não do planeta, mas da espécie humana, ou de grande parte dela.
Para além de teorias da conspiração, não há mais espaço para divergência da seriedade e urgência da crise climática – que como publicado aqui semana passada, nova pesquisa de revisão da Science aponta que tal crise não pode ser encarada de forma desvinculada da crise da biodiversidade.
É aí que entra a Amazônia na história. Nenhum bioma terrestre no planeta tem maior impacto na dinâmica do clima como nosso maior patrimônio tem. E nenhum outro bioma guarda tão diversa e tão desconhecida biodiversidade – cerca de 20% das espécies do planeta. A Amazônia proporciona água e comida. Sequestra carbono e promove grande parte das chuvas que regam o agronegócio brasileiro e abastecem os reservatórios que chegam na sua casa. Mas também é infinito objeto de saber científico, cultura, vida e potencial de desenvolvimento para quem lá vive, e para todo o resto do planeta também.
A Amazônia ocupa metade do território brasileiro. Sim, metade.
Dada a importância emergencial da preservação da floresta, como também a evidenciação do tiro no pé do desenvolvimento que é não preservá-la, resta saber qual é a melhor forma de garantir que todos ganhemos com ela, enquanto planeta.
Não é fácil garantir a sobrevivência da floresta
O Brasil é um país subdesenvolvido. Periférico ou em desenvolvimento – chame como quiser. O fato é que abrigamos aqui profundas desigualdades sociais, miséria e fome. Esbanjamos também riqueza concentrada nas mãos de poucos. E embora também tenhamos feito bons trabalhos para a redução de destruição ambiental – pelo menos até 2019 – também esbanjamos desmatamento e irracionalidade no trato do nosso patrimônio ambiental, científico e cultural.
Isso é produto de uma complexa equação, onde as variáveis são os interesses de determinados grupos, e as necessidades de outros. Enquanto isso tem algo que consegue ser necessidade de todos ao mesmo tempo: o meio ambiente.
Em 2022, o orçamento para preservação do meio ambiente rodava os 1,8 bilhão por ano, entre gerenciamento de áreas de preservação, efetivo, até satélites de última geração que tiram fotos a cada poucos minutos para detectar os focos de queimadas e desmatamento. Mas isso não basta. E nem se gastássemos todo o dinheiro do mundo bastaria.
A Amazônia não é um monte infinito de árvores. Não é um grande estoque de carbono ou de espécies variadas. Provavelmente ela não é exatamente nada que caibam em poucas palavras. Mas pra entendermos o que ela é, é preciso entender que ela abriga pessoas. Famílias, histórias, afetos, culturas e arte. Fome de comida e de educação. De emprego e renda. Afinal, o que se almeja por todos os lados do mundo é também direito dos amazônidas.
Para além de discutir as causas do desmatamento, não é justo com a história e com o futuro qualquer alternativa que pressuponha preservar a floresta enquanto o homem carece de tudo. Muito se fala de floresta em pé. Mas como conquistar tal objetivo com as pessoas no chão?
Na verdade, não existe melhor maneira de preservar a floresta do que ter uma maneira sustentável de desenvolvimento. Como também é verdade que não existe melhor maneira de alcançar o desenvolvimento a partir da floresta em pé.
Trabalho do Idesam
Para além da necessidade de políticas públicas inteligentes de desenvolvimento sustentável, a sociedade civil também precisa se organizar e apoiar iniciativas que de fato trazem formas de atingir a preservação da floresta com um impacto social positivo. Foi pensando nisso que um grupo de empreendedores e ambientalistas em 2004 resolveram criar o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, o Idesam.
Trabalhando com comunidades locais e atraindo investimento de empresas que se aglomeram em torno da consciência da sustentabilidade. O Idesam conta com uma equipe de especialistas que se dedicam para criar uma série de projetos sustentáveis com uma contrapartida econômica e social para as pessoas da região.
São umas série de projetos que envolvem desde agroflorestas, bioeconomia, até tecnologias de energia renovável e implementação de políticas públicas, passando sempre pela compensação econômica para as comunidades que aderem aos projetos.
Saiba mais sobre as linhas de atuação do Idesam clicando aqui
Um dos principais trabalhos é o chamado PPBio, o Programa Prioritário de Bioeconomia. Uma iniciativa da Superintendência da Zona Franca de Manaus junto ao Idesam para atrair investimento em P&D para gerar novos produtos e negócios a partir da biodiversidade da Amazônia. Ao todo mais de R$84 milhões já foram investidos, 14 projetos já foram finalizados, 24 estão em execução e mais 400 por vir, ao longo de 5 estados da Amazônia Legal.
Saiba mais sobre o PPBio entrando no site
Como ajudar a preservar a floresta?
Frequentemente o discurso em prol da sustentabilidade ambiental é rebatido com um tradicional pessimismo que não enxerga nas ações individuais nenhum valor. De fato os grandes responsáveis pelo aquecimento global e pela devastação ambiental são governos e empresas privadas, e estão neles também a grande saída para reverter esse jogo que se aproxima dos acréscimos.
Entretanto, esse fato não retira a possibilidade de influência positiva da sociedade civil. Além de ações óbvias de escolher consumos mais conscientes de serviços e produtos, até pequenos grandes atos de reciclagem e de não desperdício – toda a cartilha sustentável está correta e é importante adotá-la.
Mas é possível fazer mais. É possível apoiar, com ideias, com trabalho, com recursos e com divulgação a causa de quem está com a mão na massa, transformando a Amazônia naquilo que ela merece ser. Para isso, considere apoiar o jornalismo ambiental e as organizações compromissadas com o desenvolvimento sustentável como o Idesam.
Para isso é possível doar através do pix: 07.339.438/0001-48
Divulgue esse conteúdo para que mais pessoas e organizações possam colaborar!
Esse artigo faz parte da parceria entre o portal BrasilAmazôniaAgora e o Idesam
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