Campanhas da sociedade civil se organizam pra tentar reverter esse cenário sistemático de poluição da biodiversidade com toneladas de plástico
O Brasil que cada vez mais se notabiliza por uma ainda não alcançada liderança global na pauta ambiental, agora enfrenta um crescente desafio ecológico: 3,44 milhões de toneladas de resíduos plásticos produzidos anualmente podem estar se dirigindo para o Oceano Atlântico.
O Enorme desafio do lixo plástico
A magnitude do problema é impressionante: imagine 344 mil caminhões de lixo repletos de plástico. Além disso, dos 10,33 milhões de toneladas de plástico produzidas pelo país, quase um terço é mal gerenciado.
Conforme um estudo publicado na revista Marine Pollution Bulletin, essa problemática coloca o Brasil na 16ª posição no ranking dos países que mais poluem mares e oceanos, sendo também um dos 20 maiores produtores de resíduos plásticos descartáveis globalmente.
Cidades líderes em resíduos indesejados
As grandes metrópoles, como Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Salvador, são as principais geradoras de resíduos plásticos que não têm um destino apropriado. No entanto, quando analisamos a quantidade de lixo per capita, cidades como Arroio do Sal e Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, e Ubatuba e Bertioga, em São Paulo, estão no topo da lista.
Principais rotas de poluição
Os resíduos têm várias maneiras de encontrar o caminho até o oceano. Seja através de drenagem urbana, esgotos ou corpos d’água, a trajetória de poluição é especialmente elevada a partir de cidades litorâneas. Regiões como a Baixada Santista, a Lagoa dos Patos, a Baía da Guanabara e o delta do Parnaíba são pontos críticos.
Iniciativas para conter o “Tsunami de Plástico”
O estudo faz parte do programa Blue Keepers, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que visa combater a poluição plástica. Além disso, mais de 60 organizações civis uniram forças na campanha “Pare o Tsunami de Plástico”, buscando pressionar o Congresso Brasileiro a aprovar o Projeto de Lei 2524/2022. Este projeto visa estabelecer uma “economia circular” para o plástico no país, acabando com a produção de plásticos descartáveis e garantindo que todos os produtos plásticos sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis.
Implicações globais e riscos à saúde
O impacto global é alarmante: a ONU estima que a cada minuto, até dois caminhões de resíduos plásticos são despejados nos oceanos. Esta poluição não só ameaça ecossistemas, mas também a saúde humana. Existem evidências crescentes da presença de microplásticos em diversas partes do corpo humano.
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