Por razões óbvias, as populações mais vulneráveis à poluição decorrente de incêndios florestais e queimadas são aquelas que vivem nas áreas próximas ao fogo, principalmente as comunidades indígenas.
Um estudo publicado na revista Environmental Research Health estimou o impacto dos incêndios florestais e queimadas que ocorreram na América do Sul entre 2014 e 2019 em termos de saúde pública.
Os números são preocupantes: cerca de 12 mil mortes prematuras anuais registradas neste período podem estar diretamente associadas aos poluentes liberados pela queima de vegetação, sendo que 55% delas ocorreram no Brasil.
A queima de vegetação libera material particulado do tipo MP2.5, que conseguem percorrer grandes distâncias pelas correntes de ar na atmosfera, chegando a regiões milhares de quilômetros distantes dos focos de incêndio.
Por razões óbvias, as populações mais vulneráveis à poluição decorrente de incêndios florestais e queimadas são aquelas que vivem nas áreas próximas ao fogo, principalmente as comunidades indígenas.
Além da poluição, a falta de atendimento médico potencializa os danos, de forma que os indígenas têm duas vezes mais chances de morrer prematuramente em virtude de problemas ligados à fumaça do que a população sul-americana em geral.
“A exposição à fumaça causa duas mortes prematuras por 100 mil pessoas por ano em toda a América do Sul, mas [a taxa de mortes é de] quatro mortes prematuras por 100 mil pessoas em territórios indígenas. Bolívia e Brasil representam pontos críticos de exposição à fumaça, e as mortes em território indígena nesses países são de 9 e 12 por 100 mil pessoas, respectivamente”, assinalou a pesquisa.
O estudo foi encabeçado por pesquisadores da Universidade Harvard (EUA), que utilizaram um método diferente para estimar as mortes associadas à poluição liberada por incêndios florestais e queimadas. Ao invés de analisar dados de internação hospitalar, os pesquisadores utilizaram uma combinação de modelos de transporte de partículas na atmosfera e medidas de concentração de MP2.5 para estimar a taxa de mortalidade prematura.
Os dados gerais do estudo foram abordados por diversos veículos, como Agência Cenarium, Folha, Galileu, Gigante 163 e Gizmodo.
Texto publicado em CLIMA INFO
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