A paisagem do estado do Amazonas, conhecido por seus rios caudalosos e pela densa floresta tropical, está sofrendo transformações dramáticas devido à severa estiagem que o atinge. A magnitude do fenômeno é tal que, diariamente, o Rio Negro recua em média 20 centímetros. No meio desse cenário, surgiu uma imagem que chocou a população local: um rebocador e uma balsa, carregados de caminhões e carros, encontram-se encalhados em uma vasta extensão de areia, revelando a gravidade da situação.
Em Manaus, a icônica praia da Ponta Negra, frequentada por moradores e turistas, também sofreu impactos diretos desta estiagem. Partes da praia foram interditadas como medida de segurança após avaliação do Serviço Geológico do Brasil. O diagnóstico é preocupante: o nível do rio atingiu marcas abaixo das médias consideradas seguras. Com a redução drástica das águas, o que antes era uma praia rasa e propícia para banhistas agora se tornou uma faixa de areia que conduz diretamente a áreas profundas e potencialmente perigosas do rio.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), expressou sua preocupação: “Quando a cota do Rio Negro fica abaixo dos 16 metros, é necessário interditar a área por 90 dias. Este período pode ser prolongado ou reduzido, dependendo da intensidade da estiagem que estamos enfrentando”.
No entanto, a situação não se restringe apenas à capital. Próximo a Manaus, uma comunidade que tradicionalmente vive em casas flutuantes sobre um afluente do Rio Solimões agora lida com um cenário quase desértico. O que antes tinha uma profundidade de até 20 metros durante os períodos de cheia, agora conta com menos de meio metro de água. Como resultado, as casas estão encalhadas, e a escassez de água se tornou uma realidade, inclusive para consumo básico.
A atual crise hídrica reforça a necessidade de se adotar medidas urgentes de conservação e gestão de recursos hídricos, não apenas para preservar a biodiversidade da região, mas também para garantir a segurança e bem-estar de milhares de habitantes que dependem diretamente destes rios para seu sustento e sobrevivência.
*Com informações G1
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