O futuro da Amazônia brasileira pode estar em um limiar perigoso. Uma recente análise do Instituto Escolhas sobre Terras Públicas sem destinação na região trouxe à tona um panorama preocupante: quase 118 milhões de hectares (ha), ou cerca de um quarto da floresta, estão em uma espécie de “limbo jurídico”. Esse status torna essas áreas mais vulneráveis a ações de grileiros, madeireiros e outros criminosos ambientais.
Em defesa dos 60 milhões de hectares intocados na Amazônia
Da vastidão de terras mencionadas, quase metade – aproximadamente 60 milhões de ha – ainda permanece intocada. É nesse ponto que o Instituto Escolhas destaca a necessidade urgente de intervenção estatal para evitar um dano ambiental de proporções catastróficas.
Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Instituto Escolhas e coordenadora da pesquisa, explicou a necessidade de uma abordagem multifacetada. “Estamos discutindo um acordo político para lidar com essa realidade. Se queremos uma chance real de preservar o que ainda temos de floresta, precisamos regularizar as ocupações existentes e ao mesmo tempo garantir proteção máxima às áreas não ocupadas, eliminando ambiguidades”, declarou à Envolverde.
Proposta de solução fundiária
O Instituto Escolhas não apenas identificou o problema, mas também apresentou uma proposta robusta para abordar a questão fundiária na Amazônia. O plano sugere:
- Regularização de terrenos já ocupados.
- Destinação de terras públicas ainda não ocupadas.
- Punir agentes governamentais que, por omissão ou incentivo, permitem a invasão dessas áreas.
A implementação desta proposta poderia aumentar as Áreas Protegidas na Amazônia brasileira para 231 milhões de ha, englobando Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Territórios Quilombolas. Além disso, ao designar 56,4 milhões de ha para regularização fundiária, os novos proprietários passariam a ser responsáveis por 39,7 milhões de ha de vegetação, garantindo sua proteção e assumindo responsabilidades por eventuais passivos ambientais.
Eco do estudo no meio de comunicação
A profundidade e a urgência do estudo não passaram despercebidas. Veículos de comunicação renomados, como Correio Braziliense e Último Segundo, também destacaram os pontos críticos do relatório, ampliando o debate sobre a necessidade de medidas imediatas para a salvaguarda da maior floresta tropical do mundo.
A análise do Instituto Escolhas ressalta uma realidade que não pode mais ser ignorada. Com um ecossistema tão precioso em jogo, a ação coletiva e decisiva torna-se imperativa. A proposta apresentada serve como um mapa para uma solução viável e sustentável, e é hora de avançar com determinação para proteger a Amazônia.
Veja na integra a análise do Instituto Escolhas
*Com informações CLIMA INFO
Comentários