Técnicas de decodificação da Segunda Guerra Mundial foram usadas para a contagem global de espécies de árvores e o resultado surpreendeu: a estimativa é que o planeta tenha 73 mil espécies de árvores – 14% a mais do que o conhecido. Ou seja, 9 mil espécies ainda não foram descobertas. Detalhe: 40% delas estão na América do Sul.
Segundo o artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a bacia amazônica parece ter a maior diversidade de espécies de árvores em nível local, com 200 espécies de árvores por hectare.
Martin Lukac, professor de ciências ecossistêmicas da Reading University, quem não se envolveu neste trabalho científico, disse ao Guardian que “o artigo mostra que quase metade das espécies de árvores do mundo estão na América do Sul – esta é uma prova pura como diamante de que não devemos destruir as florestas tropicais de lá. A diversidade de espécies arbóreas levou bilhões de anos para se acumular na Amazônia. Seria mais que imprudente destruí-la em um século.”
O estudo também conclui que um terço das espécies a serem descobertas são raras, o que sugere que podem ser vulneráveis à extinção por mudanças no uso da terra provocadas pelo homem e pela crise climática. Os cientistas estão preocupados com a possibilidade de que muitas venham a desaparecer antes de serem estudadas.
Segundo a BBC, o estudo se baseou em um banco de dados de dezenas de milhões de árvores em mais de 100 mil áreas florestais no mundo. O Independent também noticiou a descoberta.
Em tempo: No Guardian, George Monbiot escreve sobre como soluções baseadas na natureza para remover carbono da atmosfera devem ser um esforço adicional à redução das emissões, e não um substituto, chamando a atenção para o mau uso da compensação de carbono pelas multinacionais. Algumas reações ao artigo podem ser conferidas aqui.
Fonte: ClimaInfo
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