O projeto conta com a cooperação de seis países e começa a funcionar daqui a sete anos
O Telescópio Gigante Magalhães, GMT, na sigla em inglês, será um dos telescópios que receberão uma nova classificação, a dos considerados extremamente grandes. O objetivo dele é observar a formação das primeiras estrelas, galáxias e buracos negros e analisar as propriedades de planetas fora do Sistema Solar.
Sendo construído na Cordilheira dos Andes, na região chilena de Atacama, o gigante deve começar a operar em 2029, e revelará parte ainda desconhecida do Universo.
Quanto mais longe um telescópio consegue enxergar, mais antigas são as imagens. Isso acontece porque a luz dos astros demora a chegar até nós. Portanto, quando vemos através dessas lentes astronômicas superpotentes, enxergamos eventos mais próximos da origem do Universo do que os observados em telescópios menos robustos.
O GMT será maior do que os outros telescópios ópticos já existentes. Ele possui os sete maiores espelhos monolíticos do mundo, que formam uma área coletora total de 368 m². O aparelho soma 2.106 toneladas de peso total que flutuará sobre uma camada de óleo mais fina que uma folha de papel, mas suficiente para praticamente anular o atrito.
O nome foi inspirado na Grande Nuvem de Magalhães, observável do Hemisfério Sul e batizada pelo navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521) apenas como Grande Nuvem, durante sua viagem ao redor da Terra no início do século 16.
O escritório brasileiro do projeto (GMTBrO) pretende também despertar a curiosidade dos jovens através de vídeos de divulgação, da disponibilização de cursos a distância para professores de ensino médio e do fornecimento de materiais didáticos sobre o assunto.
Na última semana, um novo vídeo foi lançado nas redes sociais do telescópio.
A série Fascínio do Universo, republicada no Canal USP, também divulga informações sobre a área de conhecimento do GMT e tudo que ele poderá investigar. (Assista neste link)
O projeto pertence ao GMTO Corporation, um consórcio de universidades dos Estados Unidos, da Austrália, do Brasil, do Chile, da Coreia do Sul e de Israel.
A participação brasileira é liderada pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Também participam da coordenação a Escola Politécnica (Poli) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, além de outras instituições brasileiras de pesquisa.
O projeto teve um custo total de cerca de US$ 1 bilhão, sendo que US$ 45 milhões foram investidos pela Fapesp.
Com informações da Assessoria do GMT Brasil
Originalmente publicado por Jornal da USP
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