Uma análise feita pela Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) trouxe uma notícia boa e outra mais preocupante. Pelo lado bom, o número de empresas comprometidas com a descarbonização líquida de suas operações e negócios nos setores de floresta e agricultura cresceram cinco vezes no último ano, o que coloca o setor na 2ª colocação entre os de maior engajamento na agenda net-zero. Pelo lado preocupante, faltam compromissos mais substanciais dessas empresas no combate ao desmatamento, o que coloca em xeque a viabilidade das metas net-zero.
A Race to Zero, apoiada pela UNFCCC em parceria com a Global Canopy, a Science-based Targets Initiative e a Accountability Framework Initiative, divulgou nesta 5ª feira (30/6) um levantamento dos compromissos de descarbonização de empresas ao redor do mundo. De acordo com a análise, mais de 40% das empresas consideradas críticas para o combate ao desmatamento tropical definiram metas para se chegar às emissões líquidas zero até 2050 ou mais cedo, em linha com o que tem sido cobrado dos governos nas negociações climáticas na ONU.
No entanto, das quase 150 empresas nessa condição, apenas nove delas (6%) estão efetivamente progredindo no combate ao desmatamento. Isso significa que mais de 90% delas correm o risco de inviabilizar seus compromissos net-zero devido à falta de ação efetiva mais imediata contra a destruição de florestas.
“Esta pesquisa é um alerta. As empresas precisam ir mais longe e mais rápido no combate ao desmatamento em suas cadeias de suprimentos, como parte essencial do cumprimento de seus compromissos net-zero, se quisermos ter alguma chance de cumprir as metas do Acordo de Paris e manter o aquecimento em, no máximo, 1,5ºC”, disse Nigel Topping, representante de alto-nível da presidência britânica da COP26.
Esses dados foram destacados na imprensa internacional, com manchetes na Bloomberg, Financial Times, Reuters e Wall Street Journal, entre outros veículos.
Texto originalmente publicado em Clima INFO
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