O Projeto MapBiomas informou, na tarde desta segunda-feira (10), que possui um sistema de alertas de desmatamento para o Cerrado preparado para entrar no ar imediatamente, caso o monitoramento da supressão vegetal no bioma realizado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) seja de fato descontinuado.
Na última semana, veio a público a notícia de que a falta de verbas estava forçando o INPE a encerrar os programas PRODES e DETER Cerrado. A equipe do programa já teria sido desmobilizada e os dados oficiais da destruição do bioma seriam gerados somente até abril, conforme noticiou ((o))eco.
PRODES e DETER Cerrado eram mantidos, desde 2002, com recursos de um convênio com o Banco Mundial que expirou recentemente. Apesar dos inúmeros esforços dos servidores envolvidos nos projetos de monitoramento, o INPE não conseguiu assegurar os R$ 2,5 milhões necessários para manter os trabalhos em 2022. O valor é equivalente ao que Jair Bolsonaro gastou em 18 dias de férias no Guarujá, no ano passado.
A notícia ganhou manchetes nacionais e internacionais, com muita repercussão negativa. “O apagão de dados do Cerrado era uma possibilidade real desde o ano passado. O governo sabia do risco e decidiu não agir, o que só permite concluir que, mais uma vez, se trata de uma ação deliberada do regime Bolsonaro para impedir que a sociedade tenha acesso a informações cruciais, como fez com os dados de Covid”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
“Não é verdade”
Na manhã de sábado (8), o atual diretor do INPE, Clézio De Nardin, garantiu que o monitoramento do Cerrado não vai parar. Em vídeo postado nas redes sociais, ele criticou a imprensa e disse que, na verdade, o programa de monitoramento será ampliado.
“[o fim do monitoramento do Cerrado] Não é verdade. Pelo contrário. Estamos ampliando o monitoramento dos biomas brasileiros. Agora ele se chama ‘Biomas-BR/MCTI’ e nós vamos monitorar todos os biomas brasileiros. O que se encerrou foi um financiamento do FIP para o bioma Cerrado. Agora estamos buscando recursos através do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia para continuar esse programa. Temos recursos até abril e, sendo aprovada a LOA 2022, teremos recursos através do MCTI para mais quatro anos. Ou seja, estamos expandindo o programa de biomas”, disse o diretor.
Fonte: O Eco
Comentários