Lista, divulgada nesta segunda (22), atualiza espécies da fauna e flora do município ameaçadas, após um hiato de 22 anos, e garante proteção para espécies sob risco de extinção
A prefeitura do Rio de Janeiro publicou, nesta segunda-feira (22), a atualização das listas da fauna e flora ameaçadas de extinção no município. Ao todo, são 522 espécies, sendo 174 animais e 348 plantas. A divulgação da lista ocorre após um hiato de 22 anos do último levantamento que havia sido feito no Rio. As espécies classificadas como ameaçadas ficam protegidas de modo integral, incluindo, “entre outras medidas, a proibição de captura, transporte, guarda, manejo, beneficiamento e comercialização”. Fica permitido apenas o manejo e captura com fins científicos e de conservação, mediante autorização prévia da Secretaria de Meio Ambiente.
A listagem foi divulgada pela Secretaria Municipal do Ambiente e Clima (SMAC) para dar continuidade ao que foi estabelecido pelo decreto nº 49.374/21, que criou o Programa de Proteção e Conservação da Fauna Silvestre e o Programa de Conservação da Flora Nativa e estabeleceu que as listas de espécies ameaçadas devem ser divulgadas e atualizadas a cada cinco anos.
Os programas têm como objetivos: elaborar o arcabouço teórico e operacional (diretrizes, projetos e ações específicas no âmbito de pesquisa, conservação, manejo e gestão), visando à conservação de populações viáveis de espécies nativas da fauna e da flora do Município do Rio de Janeiro; criar, regulamentar e manter um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS); elaborar e atualizar periodicamente os Planos de Ação Municipais – PAM, para conservação da fauna e flora ameaçadas de extinção com ações in situ (na natureza) e ex situ (cativeiro); e monitorar a implantação dos PAM e do estado de conservação das espécies.
De acordo com nota divulgada pela SMAC, para acompanhar a execução dos programas foi criada uma comissão composta por pesquisadores e especialistas da área em outros órgãos, como o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico.
“A divulgação desse importante levantamento, depois de mais de duas décadas, é uma vitória para a Prefeitura. Os técnicos da SMAC foram incansáveis e, agora, vamos seguir somando forças e traçando os melhores planos de ação para a preservação dessas espécies e a consequente redução dessas listas”, destaca o secretário do Ambiente e Clima e vice-prefeito do Rio, Nilton Caldeira. A última listagem de fauna e flora ameaçada no Rio de Janeiro havia sido divulgada em 2000.
Entre as espécies Criticamente Em Perigo de extinção aparecem animais endêmicos como a lagartixa-da-praia (Liolaemus lutzae Mertens), que ocorre apenas no estado do Rio, restrito às restingas entre a Marambaia e Cabo Frio. A onça-parda (Puma concolor), cujo retorno tem sido registrado no município, foi classificada como Vulnerável.
O bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), espécie que está sendo reintroduzida no Parque Nacional da Tijuca por iniciativa da ONG Refauna, foi classificado como Vulnerável.
A lista da fauna também traz espécies já consideradas extintas na natureza no município do Rio de Janeiro, como a jacutinga (Aburria jacutinga) e o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus).
Com relação à flora, destacam-se espécies emblemáticas como palmito juçara (Euterpe edulis), classificada como Vulnerável, o pau-brasil (Paubrasilia echinata) e o jequitibá-rosa (Cariniana legalis), ambas sob status de Em Perigo de extinção.
A espécie de arbusto Funifera Insulae Nevling, reencontrada em 2021, na ilha de Paquetá, depois de 23 anos sem registros, foi classificada como Criticamente Em Perigo.
Fonte: O Eco
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