Estudo da UFRJ mapeia os impactos causados pela retirada do fruto e do palmito na palmeira juçara. No caso do segundo, a planta não sobrevive
A retirada do palmito impacta a palmeira juçara. Já a colheita do fruto da juçara não causa significativo impacto na planta. A conclusão é do estudo “Predicting the impacts of palm heart and fruit harvesting using Integral Projection Models“, publicado na Frontiers, em agosto. Os pesquisadores concluíram que na simulação de retirada do fruto, a mortalidade da palmeira não é afetada, sendo visto como um recurso sustentável, enquanto a retirada do palmito diminui o número de indivíduos.
“A retirada do palmito é sempre destrutiva, porque sempre mata o indivíduo”, explica a pesquisadora Rita Portela, uma das autoras do trabalho.
A juçara (Euterpe edulis) é uma espécie de palmeira de grande importância econômica e está na lista de espécies ameaçadas de extinção. Nativa da Mata Atlântica, um bioma muito fragmentado, a espécie é ameaçada devido a perda de habitat e por conta da exploração do palmito. O grande problema da extração do palmito é que além de demorar dez anos para ficar ideal para o consumo, essa região é parte do tronco, responsável pela produção das folhas da palmeira. Sua retirada leva à morte da planta.
Potencial do fruto
O fruto da juçara já vem sendo utilizado e nomeado como “açaí da Mata Atlântica”, além de ser uma opção sustentável, é visto como uma alternativa para a conservação da palmeira. Entretanto, a pesquisadora Rita Portela alerta que é necessário mais estudos para saber se a retirada do fruto de ambientes naturais pode causar impacto na fauna local.
Fonte: O Eco
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