Desenvolvida na Austrália, a plataforma gera energia com o movimento das ondas superou as expectativas.
Plataforma flutuante gera energia através da movimentação das ondas
A empresa australiana de energia limpa, Wave Swell Energy, desenvolveu um equipamento capaz de capturar a energia das ondas. Batizado de UniWave 200, a plataforma instalada em uma ilha isolada na Tasmânia tem se mostrado extremamente eficiente, gerando muito mais energia das ondas do mar do que outras tecnologias semelhantes.
O UniWave 200 é um equipamento que, como uma balsa flutuante, pode ser rebocado para o destino desejado em qualquer lugar do oceano. Uma vez instalado, o dispositivo pode ser conectado à rede local, onde distribui a eletricidade gerada.
A empresa construiu uma plataforma de teste que gera 20 quilowatts na Ilha King, uma ilha isolada da Tasmânia. A plataforma resistiu com sucesso às ondas ferozes do Estreito de Bass e fornece energia continuamente à rede da ilha nos últimos 12 meses.
Tecnologia pra aproveitar as ondas
Embora muitos dispositivos tenham sido desenvolvidos anteriormente para aproveitar a energia das ondas, o UniWave 200 opera de maneira diferente e mais eficiente. A tecnologia de “coluna de água oscilante” (OWC), que a empresa comparou a um “espiráculo artificial”, funciona usando ondas para produzir ar de alta pressão, que é convertido em eletricidade por uma turbina.
Espiráculo ou gêiser marinhos acontecem quando existem cavernas subterrâneas que sobem em direção à superfície. Com o movimento da maré, a água é espirrada para fora com muita pressão, criando um grande spray de água. Quando a maré baixa, o ar é sugado de volta para o orifício com muita força.
O UniWave 200 usa uma metodologia semelhante, o volume da maré entra por uma câmara de concreto especialmente construída através de um canal. Quando a maré recua, cria um enorme vácuo que suga o ar para dentro, fazendo a turbina se movimentar.
Superando as expectativas
O projeto marca a primeira demonstração da tecnologia no mundo real, após extensos testes em uma ampla gama de condições simuladas no Australian Maritime College em Launceston, Tasmania.
“Em alguns casos, o desempenho de nossa tecnologia no oceano superou as expectativas devido às lições que aprendemos com o projeto, melhorias tecnológicas e refinamentos que fizemos ao longo do ano.” disse o CEO da WSE, Paul Geason, em um comunicado à imprensa.
O cofundador e CEO da WSE, Tom Denniss, disse à RenewEconomy que a empresa estava particularmente empolgada com o potencial da última aplicação da tecnologia, como uma solução climática para nações insulares que buscam reduzir o uso de combustível fóssil e se preparar contra elevação do nível do mar e erosão costeira que está sendo acelerada por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
“Lugares como as Maldivas… são muito vulneráveis e, eventualmente, nas próximas décadas, provavelmente precisarão de muros marítimos construídos em cada metro de cada ilha. Por que não torná-los um quebra-mar ou paredão de produção de energia e obter benefícios duplos”, disse Denniss à RenewEconomy.
“Já estamos discutindo com dois grupos diferentes em outras partes do mundo [sobre essa aplicação do Uniwave] porque eles também podem ver o benefício nisso.”
Fonte: CicloVivo
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