E mesmo que para alguns possa ser uma questão dos outros, temos certeza que Nossa Solidariedade em tempo de pandemia – que ainda não se foi – nunca foi um surto de passageira bondade! E que os momentos de dor, de perda e desesperança sempre vão despertar em cada um de nós a bondade que nos transforma e a solidariedade que nos faz pessoas melhores. Vamos colaborar!
Por Régia Moreira Leite
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Nossa Solidariedade ao longo da pandemia não foi um surto de bondade, entretanto, por razões diversas o setor produtivo de Manaus suspendeu um movimento que durou os longos meses de enfrentamento da COVID-19: coleta e a distribuição de cestas básicas, material escolar, artigos de higiene pessoal e de proteção individual e outros itens em escassez entre os setores de extrema vulnerabilidade social.
Faz cinco meses, entretanto, que as cestas sumiram e as doações cessaram, apesar das insistentes demandas, vindas dos despossuídos, a porção mais vulnerável do tecido social, os esquecidos pela distribuição dos recursos robustos que são repassados pelas empresas da ZFM ao poder público. Deixamos de ter respostas às frequentes solicitações de cestas básicas. É bem verdade que foi um ano difícil para todos e preocupantes os movimentos para assegurar a existência constitucional do polo industrial de Manaus.
Não estamos aqui para apontar ou cobrar responsabilidades de ninguém. Já demonstramos, todos nós, o tamanho de nossa generosidade e acolhimento ao sofrimento causado pela fome. Essa tragédia humanitária, a propósito, foi transformada em mais uma reportagem, sem vinculações partidárias nem oportunismo filantrópico. Apenas jornalismo investigativo, publicado no sítio do UOL neste fim-de-semana, sob a responsabilidade do colunista Carlos Madeiro: Escalada da fome gera 1 milhão de menores com desnutrição no país em 2022.
Uma onda sinistra que é urgente deter. Um milhão de menores no Brasil, predominantemente no Norte e Nordeste do país, apresenta estado grave de desnutrição, de acordo com dados do SISAB, Sistema de Informação da Saúde da Básica, do Ministério da Saúde. Ou seja, são parcelas desassistidas da sociedade que crescem em condições adversas de segurança alimentar, expostos a todo tipo de doença e que serão, provavelmente, parte de uma geração despossuída de habilidades básicas, portadores de déficit cognitivo e todo tipo de estigmas. E de sofrimento. A fome deixa suas marcas perversas e provoca cicatrizes no desenvolvimento precário de nossas crianças e adolescentes. Um Brasil com um futuro dramático que já está em curso.
Todos nós já sabemos dessas necessidades que não cessam nem ficam pouca, ironicamente numa região e num estado que figura entre os maiores contribuintes da Receita Federal. Um calvário diário por parte de uma numerosa parcela da população que desfila à nossa frente. E nós podemos ajudar. O pouco de cada um será o muito para muita gente.
Não é hora de fazer análises complexas e deixar tudo por conta do poder público. Essa, repetimos, é uma cruzada humanitária. E mesmo que para alguns possa ser uma questão alheia, temos certeza que Nossa Solidariedade em tempo de pandemia – que ainda não se foi – nunca foi um surto de passageira bondade! E estamos convencidos os momentos de dor e de desesperança sempre vão despertar em cada um de nós a bondade que nos transforma e a solidariedade que nos faz pessoas melhores. Vamos colaborar!
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