Foram necessárias três pessoas para poder carregar a gigantesca cobra píton birmanesa (Python molurus bivittatus) achada pela equipe da organização Conservancy of Southwest Florida – a maior já registrada até hoje no estado. O animal, que não é nativo dos Estados Unidos, pesava 97 kg e media 5 metros de comprimento. Era uma fêmea e a necropsia revelou que ela possuía 122 ovos em desenvolvimento no abdômen e restos de ossos e cascos de um cervo adulto em seu estômago.
A píton é uma espécie invasora na Flórida e há um enorme esforço para tentar controlar o aumento de sua população. Recentemente o governador Ron DeSantis lançou uma campanha estimulando os moradores a caçar as cobras píton na região do Parque Nacional de Everglades (para participar, entretanto, é exigida a realização de um curso online antes).
Esses répteis são muito difíceis de serem encontrados, entretanto, os pesquisadores chegaram até a imensa píton através de um método que já vem sendo utilizado há algum tempo: o implante de rádios transmissores nos machos da espécie. São eles que levam os cientistas até as fêmeas e assim é possível evitar o nascimento de mais filhotes, já que elas são mortas.
“Nesta temporada, rastreamos uma cobra macho chamada Dionysus, ou Dion, em uma região dos Everglades ocidentais que ele frequentou por várias semanas. Sabíamos que ele estava lá por um motivo, e a equipe o encontrou com a maior fêmea que já vimos até hoje”, revelou o biólogo Ian Bartoszek, gerente de projetos de ciências ambientais da Conservancy of Southwest Florida.
“A remoção de pítons fêmeas desempenha um papel crítico na interrupção do ciclo de reprodução desses predadores que estão causando estragos no ecossistema de Everglades e retirando fontes de alimentos de outras espécies nativas”, acrescenta Bartoszek.
Desde 2013, quando foi iniciado o programa para a remoção de cobras pítons da Flórida já foram mortas mais de 1 mil delas.
As píton birmanesas estão entre as maiores cobras do mundo. Não são venenosas, mas matam suas presas através da constrição – sufocando-as e quebrando seus ossos.
Nativas de países asiáticos, como Índia, Nepal, Tailândia e Vietnã, têm uma cabeça em forma de pirâmide com uma cunha escura em forma de ponta de flecha que se estende em direção ao nariz. São semi-aquáticas, por isso frequentemente avistadas perto ou na água. São ainda excelentes escaladoras e podem ser observadas em árvores.
Texto publicado originalmente em Conexão Planeta 22/06/2022
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