Se no plano nacional a distância entre Lula e Bolsonaro segue grande, o cenário é mais apertado nos estados da Amazônia Legal. O site ((o)) eco trouxe dados da rodada recente de pesquisas de intenção de votos do IPEC para a região, mostrando um equilíbrio entre os que apoiam o atual presidente e os que defendem o ex-presidente.
Lula aparece na liderança em quatro Estados amazônicos: Amapá, Maranhão, Pará e Amazonas – os dois últimos, os maiores colégios eleitorais da região Norte. Já Bolsonaro lidera em outros quatro Estados: Acre, Rondônia, Roraima e Mato Grosso. No Tocantins, os dois estão em um empate técnico, com o petista ligeiramente à frente do atual presidente.
O apoio a Lula se concentra nas áreas urbanas, inclusive nas capitais, enquanto Bolsonaro é mais forte no interior e nas regiões em que o agronegócio reina incontestável.
Liderança na Amazônia Legal
Curiosamente, no Amazonas, liderado por Lula na eleição presidencial, a votação se encaminha para uma vitória de um candidato bolsonarista na disputa pelo governo estadual. O atual governador, Wilson Lima, é o favorito para a reeleição, e mesmo seus principais adversários, como Amazonino Mendes e Eduardo Braga, compartilham diversas posições polêmicas a respeito de temas ambientais e indígenas. Por exemplo, os três candidatos defendem abertamente a expansão do agronegócio e da mineração, inclusive em Terras Indígenas, tal como proposto pelo governo Bolsonaro. Amazônia Real fez um panorama da disputa.
Já no Tocantins, a intensificação do desmatamento está ameaçando as fontes de diversos rios importantes para o interior do Brasil. No entanto, como assinalado pela Folha, os dois principais candidatos ao governo do estado, o atual mandatário Wanderlei Barbosa e o candidato Ronaldo Dimas, defendem a economia agropecuária e a flexibilização das leis ambientais.
Em tempo 1: ((o)) eco informou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de contingentes da Força Nacional de Segurança Pública para seis dos nove estados da Amazônia Legal para a realização do 1o turno das eleições, no próximo domingo (02/10). Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins receberão reforço federal para segurança pública e para suporte logístico na votação em áreas indígenas e isoladas.
Em tempo 2: “Não é exagero dizer que o destino da Amazônia depende do resultado de nossa eleição em 2 de outubro. Se Bolsonaro ganhar mais um mandato, a maior floresta tropical do mundo pode passar de seu ponto de inflexão”, alertou Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental (ISA), em artigo no Climate Home. “Se ele perder, temos a chance de trazer [a Amazônia] – e o Brasil – de volta do precipício”.
Em tempo 3: Uma reportagem da Agência Pública mostrou que o candidato à reeleição no Distrito Federal, Ibaneis Rocha, advogou em favor de três réus acusados de grilagem na Justiça do Piauí enquanto ele era candidato ao governo nas eleições de 2018 e, depois, governador do DF. Os réus foram processados pelo Ministério Público daquele estado por terem se apropriado de uma porção de terras equivalentes ao município do Rio de Janeiro, na região do MATOPIBA. O estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) proíbe a advocacia a governadores com mandato em vigor.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
Comentários