Quando se fala em Londres, a capital da Inglaterra, o que sempre pensamos é no clima chuvoso e nublado. Mesmo no verão, os britânicos estão acostumados com dias sem muito sol e tempo bom. Ou melhor, estavam. Pela primeira vez na história, autoridades locais emitiram um alerta vermelho de calor extremo para os próximos dias. A temperatura nesta segunda deve chegar aos 36oC e na terça, 19/07, pode bater os 41oC, um recorde, algo inacreditável.
A prefeitura de Londres recomendou que os moradores usem o transporte público apenas se for absolutamente necessário. Devem ocorrer atrasos, principalmente no metrô, que funcionará com restrições de velocidade. A população está sendo estimulada a trabalhar de casa ou onde se sentir mais à vontade. Por último, todos precisam ficar alertas com o próximo, principalmente os idosos e crianças, mais suscetíveis ao calor.
Além disso, mais do que nunca, bebês ou animais de estimação não devem ser deixados dentro de carros estacionados ao sol.
Foi divulgado ainda um mapa da cidade onde os londrinos podem encontrar lugares mais frios, com sombras de árvores ou fontes de água, por exemplo.
Europa padece com o calor
Cientistas do clima não têm dúvidas de que o calor recorde do Reino Unido está diretamente ligado às mudanças climáticas, consequência do aumento da temperatura da atmosfera da Terra.
Outros países europeus também estão sofrendo com os chamados extremos climáticos. Já foram registradas pelo menos 1 mil mortes relacionadas às altíssimas temperaturas. Os espanhóis chegaram a enfrentar dias com 45oC.
Bombeiros tentam controlar grandes incêndios florestais em Portugal, França, Espanha e Grécia. Até o momento, aproximadamente 25 mil hectares de vegetação foram destruídos e 17 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
“Nosso clima está mudando diante de nossos olhos”, alertou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (OMM), Petteri Taalas, em meados de maio, ao divulgar os preocupantes resultados do relatório anual sobre o estado do clima global, o State of the Global Climate in 2021.
De acordo com o documento, as concentrações de gases do efeito estufa, o aumento do nível do mar, o conteúdo de calor e a acidificação dos oceanos – quatro dos sete principais indicadores das mudanças climáticas – “registraram valores sem precedentes” no último ano.
Texto originalmente publicado em Conexão Planeta 18/07/2022
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