Sala de Situação da Amazônia mostra, diariamente, onde o desmatamento, degradação, corte seletivo ou mineração estão ocorrendo no bioma e como essas mudanças variam no espaço e tempo
O Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) atualizou, na tarde de ontem (22), a plataforma oficial de dados do desmatamento TerraBrasilis, tornando abertas informações detalhadas sobre o tipo de mudança que vem ocorrendo em solo amazônico e onde elas acontecem.
A partir de agora, é possível pesquisar não só os dados de corte-raso – quando a floresta vai efetivamente ao chão –, mas também de degradação florestal, corte seletivo e mineração, e saber em quais categorias fundiárias essas mudanças estão ocorrendo: se em áreas privadas, unidades de conservação, terras indígenas, florestas públicas ou assentamentos.
“O objetivo principal da ferramenta é subsidiar o planejamento de ações de fiscalização pelas instituições responsáveis, tanto no nível federal quanto estadual”, diz nota do Instituto.
Chamada de “Sala de Situação da Amazônia” (TerraBrasilis-AMS), a ferramenta foi lançada oficialmente em julho de 2021, mas como uma versão inicial, na qual os dados agora disponíveis ainda não estavam abertos ao público.
Nesta nova versão, é possível escolher a área específica para qual se quer gerar as informações – se por Estado, municípios ou células com 300×300 km² e 150x150km² – e em qual intervalo de tempo – agregado semanal, agregado de 15 dias, agregado mensal, agregado trimestral ou agregado anual.
Por exemplo: o usuário pode escolher gerar os dados de desmatamento para o Estado do Pará no último mês. Ao selecionar tais variáveis, ele vai descobrir que, neste período selecionado, o território paraense computou 73,69 km² de desmatamento, sendo que 32,5% dessa destruição da floresta aconteceu em Áreas de Proteção Permanente (APP), 25,1% em áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR), 18,8% em assentamentos, 11,4% em Florestas Públicas, 4,45% em Unidades de Conservação e 5,25% em áreas não definidas.
“Com mais essas funcionalidades, a TerraBrasilis-AMS pode apoiar ainda mais o planejamento de ações adequadas considerando o tipo de ator envolvido e também as áreas de maior concentração de eventos”, diz a nota do Instituto.
Para criar a base de dados e os mapas fundiários, o INPE utilizou diversas fontes oficiais, tanto no nível Federal quanto Estadual, para as nove unidades da Federação que compõem a Amazônia Legal.
Segundo o Instituto, os painéis do TerraBrasilis são aprimorados constantemente. No caso da Sala de Situação da Amazônia, por exemplo, está previsto expandir a funcionalidade também para o bioma Cerrado e incluir indicadores do número de queimadas nos dois biomas – Amazônia e Cerrado. “Além disso, estamos trabalhando também no desenvolvimento de indicadores de risco futuro de curto e médio prazo”, diz o Instituto.
PRODES X DETER X Sala de Situação da Amazônia
Os três programas do INPE – PRODES, DETER e agora a Sala de Situação da Amazônia – são realizados dentro do chamado Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas (PAMZ+).
O PRODES (Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite) realiza o monitoramento do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas – ou deveriam – pelo governo brasileiro para o estabelecimento de políticas públicas.
O DETER (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é responsável por gerar alertas de desmatamento na Amazônia e Cerrado, de forma a dar suporte à fiscalização e no controle do desmatamento e da degradação florestal.
Já a Sala de Situação da Amazônia possibilita a visualização detalhada de indicadores nas áreas críticas de desmatamento, degradação florestal, corte seletivo e mineração no bioma, integrando os alertas do DETER. Os indicadores são atualizados diariamente.
Fonte: O Eco
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