A equipe de atletas do projeto de incentivo à canoagem indígena da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) alcançou novamente o pódio em uma competição nacional. Os irmãos Thais Pontes Yacitua e Antônio Weu, indígenas do povo Kambeba, conquistaram as medalhas de ouro e bronze em suas categorias.
Os jovens, moradores da comunidade indígena Três Unidos, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, no Amazonas, participaram do Campeonato Brasileiro Interclubes de Canoagem de Velocidade e Paracanoagem, disputado entre os dias 25 e 28 de agosto na cidade de Santo Estevão, na Bahia. Também participaram os atletas do projeto Tailo Xiriri, irmão dos medalhistas, e Laudemir Dias, da comunidade ribeirinha São Sebastião, também no estado do Amazonas.
Além de competir, os jovens tiveram a oportunidade de encontrar grandes nomes do esporte, como o campeão olímpico Isaquias Queiroz, o campeão paralímpico Fernando Rufino e o medalhista nas Olímpiadas Rio 2016, Erlon Silva.
Thaís Pontes, de 16 anos, competiu na categoria “200m Feminino Cadete” e conquistou o primeiro lugar com o tempo de 55s37. A atleta chega ao ponto mais alto do pódio pela segunda vez neste ano. Em maio, ela foi campeã na Copa Brasil e Controle Nacional de Canoagem Velocidade.
“É um orgulho representar minha equipe e minha aldeia, e mostrar a nossa canoagem, nossa habilidade para outros estados”, comemorou.
O outro pódio da equipe FAS veio com Antônio Pontes. O atleta de 14 anos participou da prova “500m Masculino Menor” e conquistou a medalha de bronze com o tempo de 02m28s25. Os outros dois competidores chegaram até a semifinal de suas categorias. Tailo Pontes, de 17 anos, competiu na categoria “500m Masculino Júnior” e se classificou na primeira etapa, porém chegou em terceiro lugar na fase seguinte e não disputou a prova final. Laudemir Dias, que competiu na categoria “500m Masculino Menor”, obteve o quarto lugar na semifinal e ficou de fora da decisão.
Equipe de Canoagem Indígena quer superar resultados
Com o desempenho final dos atletas, o time da FAS ficou com o décimo quinto lugar geral entre as 37 equipes participantes. O técnico Nivaldo Cordeiro avalia que este é um bom resultado, considerando que o time leva poucos atletas para a competição.
“Vamos treinar cada dia mais para conseguir trazer mais resultados! Mas eu estou muito feliz dos meninos terem chegado nesse nível, do quarto até o primeiro, lugar porque é muito trabalho, muito esforço”, comemora o técnico.
A Supervisora da Agenda Indígena da FAS, Rosa dos Anjos, acredita que o próximo passo é investir nos equipamentos de treinamento dos atletas para que eles cheguem com mais competitividade em futuras oportunidades.
“Tivemos um ótimo resultado dos atletas. Apesar de não possuírem os melhores equipamentos, mesmo assim mostraram que tem um potencial inato nesse esporte”, destacou a supervisora.
Sobre a Canoagem Indígena
Implementado desde 2019, o projeto Canoagem Indígena, gerenciado pela FAS em parceria com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), tem o objetivo de valorizar os jovens por meio do esporte.
A iniciativa já beneficiou mais de 60 atletas indígenas e ribeirinhos das comunidades Três Unidos, Nova Kuanã São Sebastião, localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, administrada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema).
A participação no evento foi possível em função de uma parceria com a LATAM Airlines e pelo financiamento do movimento internacional Fridays for Future.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.
Texto publicado originalmente em Segundo a Segundo
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