A somatória de pandemia, conflitos armados, inflação global e mercado energético instável – fora a mudança climática, que é um problemão em si mesma – está colocando a humanidade na rota de uma crise de proporções históricas. O alerta é do diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, dado nesta 3a feira (24/5), no segundo dia do encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.
A principal preocupação de Birol está nas medidas tomadas pelos governos para conter o aumento dos preços da energia em geral, como novos e maiores subsídios governamentais e controle dos preços. “Muitos países têm falado em segurar o preço do combustível na Europa, na Ásia, em todo lugar. Para mim, medidas assim, para proteger a população, não deveriam ser universais, mas focava nos mais pobres”, defendeu o chefe da IEA.
Outro problema é o aumento da produção e queima de carvão, na contramão dos esforços climáticos internacionais, o que pode comprometer a viabilidade das metas de mitigação sob o Acordo de Paris. “Se eles [países] fizerem isso, estaremos comprometendo nosso futuro e nossas chances de atingir o rumo em clima estarão em xeque”, disse Birol, citado por Luciana Coelho na Folha. Assis Moreira também destacou a fala do chefe da IEA no Valor.
Os efeitos prolongados da crise causada pela invasão russa à Ucrânia também devem afetar o tabuleiro geopolítico global. Como assinalou Vivian Oswald n’O Globo, a perspectiva de uma recessão nos próximos meses, precipitada pela instabilidade no mercado internacional de combustíveis fósseis, pode abalar a coesão entre os países do G7 e do Ocidente em geral, que até aqui reagiram de maneira conjunta às agressões do governo de Vladimir Putin no leste europeu.
Em tempo: No Valor, Daniela Chiaretti relata outro impasse internacional – o acordo para proteger a biodiversidade global. Ela explica sua importância e os principais impasses, expressos em textos com colchetes dentro de colchetes dentro de colchetes (textos em colchetes, em negociações internacionais, indicam falta de consenso), colocando em risco o futuro da humanidade e de 1 milhão de espécies de animais e vegetais ameaçados de extinção.
Fonte: Clima INFO
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