Os EUA são os maiores produtores de etanol do mundo, muito por conta de uma política lançada em 2005 tornando obrigatória uma mistura crescente deste biocombustível à gasolina. O Renewable Fuel Standard (RFS) provocou um aumento significativo na produção de etanol e, para tanto, a expansão da área plantada com milho. Esta expansão, de quase 3 milhões de hectares por ano, se deu em parte pela conversão de pastos, em parte substituindo soja e outras lavouras e em parte por abrindo novas áreas de cultivo.
O resultado desta mudança do uso da terra foi aumentar as emissões do país. Um estudo publicado pela PNAS somou as emissões desta mudança de uso do solo aos do uso maior de fertilizantes na lavoura e mais outros fatores. O resultado foi que, para o período estudado, entre 2008-2016, as emissões associadas ao etanol foram maiores do que as do equivalente em energia da gasolina. Reuters, The Hill, Axios e Inside Climate News fizeram manchetes sobre o etanol emitir mais do que a gasolina.
O trabalho é importante por abarcar um largo período de tempo e por estudar outros efeitos colaterais do RFS, como uma forte mexida nos preços relativos de produtos agropecuários. Mas deve ser entendido no contexto norte-americano e limitado pelas premissas e modelos econômicos adotados. Aqui no Brasil, o trabalho que fundamenta o RenovaBio indica que o etanol de cana e de milho não são a salvação climática, mas quase toda a produção nacional emite menos do que a gasolina.
O RFS definiu a meta para este ano em 36 bilhões de litros, um pouco acima do nosso pico de produção em 2019 de 35 bilhões de litros, juntando a produção a partir da cana-de-açúcar com a do milho.
Fonte: ClimaInfo
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