Desde Salles, o ministério do meio ambiente e muitos congressistas interessados em passar a boiada alegam que o desmatamento é necessário para o desenvolvimento e a qualidade de vida na Amazônia. Mas uma nova evidência científica prova que é exatamente o contrário: o desmatamento só tem gerado pobreza, conflitos sociais e inibido o desenvolvimento econômico da região.
Trata-se do Índice de Progresso Social (IPS) da Amazônia 2021, formado pela avaliação de 45 indicadores de saúde, saneamento, moradia, segurança, educação, comunicação, equidade de gênero e qualidade do meio ambiente.
Liderado pelo Imazon, o estudo revela que os 20 municípios com as maiores áreas de desmatamento nos últimos três anos tiveram IPS médio de 52,38 (em uma escala de 0 a 100), número 16% inferior à média dos 722 municípios da Amazônia Legal, que é de 54,59, e 21% menor que o índice do Brasil, de 63,29. “Todos esses municípios campeões de desmatamento também são, infelizmente, campeões da pobreza, da desigualdade e do baixo progresso social”, declarou Beto Veríssimo, do Imazon, à Piauí.
De forma geral, o estudo mostra que a situação da Amazônia está pior do que há três anos. A média da região a colocaria na 128ª colocação entre as 168 nações analisadas pelo índice, se a Amazônia fosse um país. Os 20 municípios que mais desmataram na região nos últimos três anos estariam em situação ainda pior, se fossem um país. A nota mais próxima seria da Nigéria, 52,65, que ocupa a 138ª posição entre 168 nações, a 30ª pior colocação. O Correio Braziliense publicou mais detalhes.
O IPS 2021 está disponível, de forma interativa, na plataforma Data Zoom Amazônia, lançada na última quinta (17/2). Desenvolvida pelo Departamento de Economia da PUC-Rio, dentro da iniciativa Amazônia 2030, a plataforma disponibiliza informações com base em fontes como INPE, Imazon, IBAMA, IBGE e MapBiomas na forma de rankings, mapas interativos, gráficos, relação entre variáveis e séries temporais. A plataforma foi notícia no Bom Dia Amazônia, Estação Cultura e Portal Amazônia.
Em tempo: Assis Moreira informa no Valor que vários ministros da Agricultura da União Europeia defenderam nesta segunda (21/2) a ampliação da lista de commodities proibidas de entrar no mercado europeu por estarem vinculadas ao desmatamento – entre elas cana-de-açúcar, milho e borracha. Segundo observadores ouvidos pela reportagem, os dois últimos ítens têm maiores chances de se juntar à lista de restrições.
Fonte: ClimaInfo
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