Cientistas contabilizaram os danos econômicos causados por pragas invasoras em todo o mundo e descobriram que duas espécies são responsáveis por mais prejuízos do que quaisquer outras
Duas espécies invasoras, a rã-touro americana e a cobra marrom, custaram ao mundo cerca de US$ 16 bilhões entre 1986 e 2020, causando problemas que vão desde danos nas plantações até falta de energia, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira (28) na revista científica Scientific Reports.
O sapo marrom e verde conhecido como lithobates catesbeianus, que pode pesar mais de 900g, teve o maior impacto na Europa, informam os pesquisadores. A cobra marrom, ou boiga irregularis, se multiplicou incontrolavelmente nas ilhas do Pacífico, incluindo Guam e as Ilhas Marianas, onde a espécie foi introduzida por tropas dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, disse à Reuters o pesquisador Ismael Soto, da University of South Bohemia, na República Tcheca, e principal autor do estudo.
O problema, informam os cientistas, sinaliza a necessidade de investimento no controle do transporte global de espécies invasoras para evitar o custo da mitigação após a ocorrência das invasões.
“Atualmente, o comércio de animais de estimação é o principal caminho para essas espécies, especialmente com pessoas querem obter a cobra mais exótica”, disse Soto à Reuters. “Propomos atualizar continuamente a lista negra de espécies proibidas para o comércio”, completa.
Os números foram obtidos pela agregação de custos associados a espécies invasoras, conforme descrito na literatura revisada por pares ou estudos considerados de alta confiabilidade, e vieram predominantemente de estimativas e extrapolações em vez de observações empíricas.
Texto publicado originalmente por UM SÓ PLANETA
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