As investigações da Polícia Federal contra um grupo empresarial suspeito de comercializar ouro de origem ilegal da Amazônia encontraram ligações entre a quadrilha e a maior corretora de criptomoedas do Brasil e do mundo, em um esquema para lavar o dinheiro. De acordo com Tácio Lorran no Metrópoles, empresários do grupo movimentaram milhões de dólares na plataforma da Binance, mesma corretora utilizada por Glaidson Acácio dos Santos, vulgo “Faraó dos Bitcoins”, em seu esquema de pirâmide financeira.
O empresário Alysson Alves da Silva teria movimentado em torno de US$ 3 milhões em criptomoedas entre 2019 e 2021, um valor considerado incompatível com seus rendimentos e patrimônio. Silva é sócio de Marcelo Alves Macedo, que, por sua vez, é irmão de Márcio Macedo Sobrinho, dono da empresa M.M.Gold, investigada pela PF por conexão com garimpo ilegal em Terras Indígenas na Amazônia. Estima-se que ele e outros envolvidos no caso tenham movimentado o equivalente a R$ 16 milhões em criptomoedas por meio da Binance nesse período.
Enquanto isso, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou a soltura de três dos cinco detidos pela PF na Operação Ganância. Além de Marcelo e Alysson, Domingos Dadalto Zoli também teve a prisão preventiva derrubada e eles deverão responder ao inquérito em liberdade. Márcio e outro suspeito detido, Dionei Farias de Brito, seguem detidos.
Em tempo: Alguns dos garimpeiros que retornaram ao rio Madeira nas últimas semanas estão utilizando requerimentos solicitados à Agência Nacional de Mineração para simular “legalidade” de seus pedidos de exploração de ouro. Segundo o jornal A Crítica, os garimpeiros também estão aproveitando licenças antigas concedidas pelo governo do Amazonas para continuar suas operações, mesmo depois de a Justiça Federal ter anulado os documentos, em 2017. Cobrados, a ANM e o IBAMA seguem fazendo vista grossa.
Texto publicado originalmente por CLIMA INFO
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