O avanço da mudança do clima pode tornar os ciclones tropicais do sul da Ásia ainda mais potentes e mortais, expondo milhões de pessoas ao risco de tempestades de grande porte cada vez mais fortes e frequentes. A conclusão é de um estudo de pesquisadores da Universidade de Bristol (Reino Unido), publicado na revista Royal Meteorological Society Climate Resilience and Sustainability.
A pesquisa analisou o superciclone Amphan, que atingiu Índia e Bangladesh há dois anos, deixando pelo menos 102 mortos e mais de US$ 13 bilhões em prejuízos materiais e financeiros. De acordo com os autores, se a trajetória atual de aumento das emissões de gases de efeito estufa continuar no futuro, eventos climáticos similares afetariam mais de duas vezes (250%) o total de pessoas prejudicadas pelo ciclone de 2020, ameaçando uma área onde vivem quase 1 bilhão de pessoas. Nos cenários de aquecimento dentro do limite máximo estabelecido pelo Acordo de Paris, o impacto dos superciclones seria sentido por 80% a mais de pessoas na Índia, o que evidencia a necessidade de se avançar com medidas de adaptação, especialmente na região do Golfo de Bengala.
“O sul da Ásia é uma das regiões mais sensíveis ao clima no mundo, com superciclones causando dezenas a centenas de milhares de mortes em casos históricos”, observou Dann Mitchell, professor de ciências climáticas da Universidade de Bristol e autor principal do estudo.
Ecodebate e Galileu destacaram os principais pontos da pesquisa.
Em tempo: Formalmente, a temporada 2022 de tempestades tropicais no Atlântico começa no próximo dia 1o. O Climatempo trouxe as projeções da agência meteorológica StormGeo para os próximos meses, que sinalizam a ocorrência de nove furacões, sendo que cinco deles podem ser de grande proporção. Ao todo, espera-se a ocorrência de 22 tempestades nomeadas, o que confirmaria mais uma temporada com um total de eventos acima dos 20. Em termos de risco, as projeções apontam para áreas mais vulneráveis nas ilhas do leste do Caribe, além da costa norte-americana desde o Texas até o sul da Nova Inglaterra.
Fonte: Clima Info
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