Nem só de ouro vivem os ataques da mineração e do garimpo à Amazônia. Com as bênçãos presidenciais, as autorizações para exploração de nióbio na região cresceram 156% nos últimos três anos.
De acordo com levantamento da Folha, 295 requerimentos de exploração do nióbio foram protocolados entre 2019 e 2021, os três primeiros anos do governo Bolsonaro. No triênio de 2016 a 2018, foram 120. Das 171 autorizações concedidas pela Agência Nacional de Mineração no período bolsonarista, 64 foram para a região da Amazônia Legal. No triênio anterior, foram 74 autorizações de pesquisa, 25 das quais para a Amazônia.
Nove das 64 autorizações de pesquisa na Amazônia estão sobre assentamentos da reforma agrária, onde vivem 8.500 famílias, segundo dados do INCRA de novembro de 2021. Pelo menos dois processos para exploração de nióbio envolvem franjas de Terras Indígenas no Amazonas. Outros projetos margeiam Unidades Federais de Conservação, chegando a tocar nessas Unidades, como é o caso do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, no Amazonas.
Uma vez que a exploração mineral em Terras Indígenas e Unidades de Conservação é proibida, vale destacar que a investigação da Polícia Federal sobre o esquema de lavagem de dinheiro por trás do megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, descobriu a relação de pessoas envolvidas no narcotráfico com alvos de apurações sobre garimpo ilegal. A Folha traz detalhes.
Em tempo: O Fantástico acompanhou com exclusividade e durante uma semana o esforço dos Guardiões da Floresta para impedir o desmatamento e expulsar invasores. Se o governo fizesse sua parte, esta realidade poderia ser diferente. Em editorial baseado no mais recente relatório do Observatório do Clima, O Globo destaca a relação entre “menos-fiscalização-mais-desmatamento” que, como sabemos, é parte do processo de grilagem de Terras Públicas e Indígenas.
Fonte: ClimaInfo
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