Um levantamento parcial do Centro de Documentação da Comissão da Pastoral da Terra (CEDOC-CPT) identificou um aumento de 75% no número de assassinatos causados por conflitos no campo em 2021. De acordo com a análise, foram registrados 35 assassinatos no ano passado, muito acima dos 20 observados no ano anterior. Este é o maior número de mortes violentas desde 2017, quando o país contabilizou 71 casos.
O estado com maior número de casos de homicídio associado a conflitos fundiários foi Rondônia, onde 11 pessoas foram assassinadas no ano passado. Já em Roraima, três indígenas Moxihatëtëa perderam suas vidas em 2021 na região da Terra Yanomami, onde viviam em isolamento. A suspeita é de que as mortes tenham relação com a intensificação do garimpo nessa área.
Já as mortes associadas indiretamente a conflitos no campo tiveram um aumento de 1.100% em 2021, com 109 óbitos registrados no país, contra apenas nove no ano anterior. Quase a totalidade dessas mortes (101) aconteceu em decorrência da ação do garimpo na Terra Yanomami. Entre as mortes confirmadas, estão a de duas crianças que acabaram sendo sugadas por dragas de garimpo.
Esses dados foram amplamente repercutidos na imprensa, com manchetes em veículos como Correio Braziliense, g1, TV Cultura e UOL, entre outros.
Em tempo: No Mato Grosso, a Polícia Federal cumpriu nesta 3ª feira (12/4) seis mandados de busca e apreensão com madeireiras e empresários suspeitos de desmatar ilegalmente uma área na Terra Indígena Menkragnoti. De acordo com a PF, as empresas de madeira teriam cooptado lideranças indígenas da aldeia Kororoti para facilitar a retirada de 2 mil m3 de madeira, com uma oferta de R$ 70 mil de propina. Agência Brasil, g1 e VEJA deram mais informações.
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