6 mil barris de petróleo foram derramados!
Uma das consequências da erupção vulcânica na região de Tonga, no oceano Pacífico, foi o vazamento de óleo no Peru no dia 15 de janeiro. Exemplo trágico que como tudo no planeta está conectado. No último sábado (22), o governo do país declarou emergência ambiental.
Cerca de seis mil barris foram derramados no oceano por um petroleiro da empresa espanhola Repsol. Segundo relato da empresa, ele descarregava na refinaria La Pampilla, localizada em Ventanilla, quando vazou óleo devido à agitação das ondas na costa peruana, após o tsunami provocado pela erupção em Tonga.
A situação gerou caos. Mais de 200 banhistas tiveram que ser retirados das praias de Ventanilla. Mais de 40 aves, incluindo ao menos uma ameaçada de extinção, foram resgatadas. O número de espécies atingidas, porém, é muito maior – uma vez que um número indeterminado de animais marinhos já foram encontrados mortos e outros tantos ainda podem emergir nas faixas de areia.
Segundo a Agência de Avaliação e Fiscalização Ambiental (OEFA) do Peru, cerca de 1,7 milhão de metros quadrados de solo e 1,2 milhão de metros quadrados de oceano foram afetados.
Ou seja, o material oleoso se espalhou, atingindo várias áreas costeiras marinhas. A empresa petroleira, no entanto, não assumiu responsabilidade. Pelo contrário, destacou que as autoridades marítimas peruanas não emitiram alertas sobre um possível aumento das ondas após a erupção.
Para o governo peruano, a empresa demorou a agir, omitiu informações e escondeu a magnitude do problema.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Rubén Ramírez, a Repsol tentou minimizar a quantidade de petróleo derramado “como se fosse de um pequeno barco”. O fato é que o navio estava carregando um milhão de barris de petróleo para descarregar na estação de refinaria.
“ESTAMOS INDIGNADOS DIANTE DESSE GRAVE PROBLEMA QUE PODE SER CONSIDERADO UM GENOCÍDIO AMBIENTAL”
Rubén Ramírez, ministro do Meio Ambiente
O ministro classificou a situação como um “desastre ambiental, social e humanitário”. Ramírez também destacou o aspecto econômico, uma vez que a situação está afetando várias atividades produtivas, como a pesca.
À Agência Reuters, um pescador afirmou que “agora tudo cheira a morte”. No momento, as atividades de pesca estão suspensas e 21 praias estão fechadas para banhistas.
Emergência ambiental
No último sábado (22), o Peru declarou 90 dias de emergência ambiental. O período visa garantir a realização de “trabalhos de recuperação e remediação para mitigar a contaminação ambiental”.
A norma estabelece que a execução do plano de ação imediato e de curto prazo cabe à empresa e aos entes públicos dos três níveis de governo, de acordo com suas competências.
Já à população local, o governo federal orienta que caso identifique alguma espécie da fauna ou alguma baía, praia ou zona marinho-costeira afetada, busque assistência especializada.
“O petróleo é uma substância tóxica e representa um risco para a saúde e para o ambiente, os cidadãos são instados a evitar qualquer contato direto. A limpeza de derramamento de óleo é uma atividade especializada e deve ser realizada com equipamentos de proteção para evitar qualquer risco”, ressalta o governo em nota.
A empresa Repsol afirma que a operação de limpeza deve seguir até o final de fevereiro.
Fonte: CicloVivo
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