Parece notícia velha, mas infelizmente não é. Novamente, tivemos recordes de alertas de desmatamento na Amazônia. Em janeiro, foram ceifadas árvores de uma área equivalente a 43 mil campos de futebol, ou 430 quilômetros quadrados, de acordo com dados coletados pelo sistema de satélite DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais.
Este foi o pior janeiro desde 2016, quando os dados começaram a ser monitorados pelo DETER-B, mostrou o Jornal Nacional de 6ª feira (11/2). O volume desmatado é 418% superior ao desmatamento registrado em janeiro de 2021 e ocupa uma área equivalente à cidade de Jundiaí, no interior paulista, como comenta o Estadão.
Nem o período chuvoso deste ano foi capaz de aplacar a gana destrutiva dos grileiros e demais desmatadores, que parecem estar determinados a acelerar a corrida contra o tempo enquanto o comando do país continua nas mãos de quem, como Bolsonaro, fecha os olhos para as atrocidades cometidas contra a maior floresta tropical do planeta.
“Esse é um momento de ouro para quem desmata e/ou rouba terras públicas, já que existe uma falta proposital de fiscalização ambiental e expectativa de alteração na legislação para regularizar a invasão de terras públicas”, denunciou Cristiane Mazzetti, do Greenpeace, conforme destacou Miriam Leitão, n’O Globo. Segundo a organização, 22,5% da área desmatada é de florestas públicas não destinadas, que são alvo da grilagem de terras.
Os alertas de desmatamento estão concentrados, em sua maioria, nos estados do Mato Grosso, Rondônia e Pará, mas também avançam em florestas antes preservadas, como as do sul do Amazonas, perto da divisa com Acre e Rondônia.
Em fevereiro, o ritmo continua acelerado. De acordo com a CNN Brasil, nos quatro primeiros dias do mês, uma área equivalente a 17,6 km² de floresta já foi dizimada – o equivalente a 440 campos de futebol por dia. Metrópoles, Correio Braziliense, Poder 360, Cultura, Reuters e BBC repercutiram.
Em tempo: No Valor, a jornalista Daniela Chiaretti destacou a preocupação do embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, quanto à perda da confiança no Brasil por parte do mundo e dos mercados investidores devido ao desmatamento, principalmente da Amazônia. Thoms demonstrou sua inquietação ao falar das oportunidades do Brasil frente à economia de baixo carbono, durante a abertura da 20ª edição do Diálogos Futuro Sustentável. O evento pode ser visto no canal do YouTube do Instituto Clima e Sociedade.
Fonte: ClimaInfo
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