De 15 de fevereiro a 10 de julho, o Sesc Pompeia recebe a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado. A mostra exibe o resultado de sete anos de experiências e expedições fotográficas na Amazônia brasileira. As fotografias – feitas por terra, água e ar – revelam a floresta, rios, montanhas e a vida em 12 comunidades indígenas, em uma Amazônia ainda desconhecida que não cessa de surpreender com a cultura e engenhosidade de seus povos, seus mistérios, sua força e sua incomparável beleza. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes, em sua grande maioria mostradas ao público pela primeira vez.
Idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado, a mostra imersiva, um mergulho no coração da Amazônia, é um convite para ver, ouvir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de proteger os povos indígenas e preservar esse ecossistema imprescindível para o planeta. “Ao projetar ‘Amazônia’, quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, se integrasse com sua exuberante vegetação e com o cotidiano das populações locais”, comenta Lélia.
Para Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, “realizar o debate acerca de temas cruciais para nosso destino enquanto sociedade consiste numa forma de criação de relações de pertencimento e partilha simbólica, propósitos que orientam as ações do Sesc desde sua fundação em 1946”. E complementa que “a exposição Amazônia cumpre, assim, a manutenção desse projeto de cidadania que, no caso específico da mostra, vislumbra, nos grãos que formam as fotografias, a semeadura nativa de discussões, engajamentos e diálogos que nos dizem respeito necessariamente”.
Acompanhada de uma criação sonora, uma original composição do músico francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons concretos da floresta, a exposição – já inaugurada na França (Museu da Música – Filarmônica de Paris), na Itália (MAXXI Museu, em Roma) e na Inglaterra (Museu da Ciência, em Londres) – também dá voz às comunidades ameríndias. Além das mais de 200 fotografias, são exibidos sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta. “Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado.
A exposição apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão – Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra, revela retratos de índios, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter.
Ao final da exposição, um espaço dedicado ao Instituto Terra apresenta o trabalho realizado por Lélia e Sebastião Salgado desde 1998, que abrange o reflorestamento de uma área de cerca de 600 hectares de Mata Atlântica em Aimorés (MG), além do cultivo de milhões de mudas de árvores em extinção e capacitação de jovens ecologistas para um trabalho contínuo de proteção e conservação da biodiversidade da região.
Edson Franco, CEO Brasil da seguradora multinacional Zurich Insurance Group, patrocinadora global da exposição Amazônia, afirma que: “Por acreditarmos no poder da imagem como instrumento de conscientização sobre as mudanças climáticas, apoiamos este projeto fotográfico de Lélia e Sebastião Salgado, que compartilham a nossa visão e aspiração por um mundo melhor, e com quem já temos estabelecida uma parceria no Instituto Terra”. Acrescenta ainda, que: “Como seguradora, lidamos com impactos climáticos todos os dias e acreditamos que a sensibilização sobre este risco inspirará mais pessoas a tomarem medidas pelo planeta”.
Depois de São Paulo, a exposição segue para o Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, de 19 de julho de 2022 a 29 de janeiro de 2023. Amazônia vai ainda ser apresentada em Belém, além de estarem previstas outras capitais.
Fonte: Site RG
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