Depois de quatro anos de distanciamento motivado pela política antiambiental da gestão Bolsonaro, a Alemanha busca retomar o diálogo e reabrir oportunidades de cooperação com o próximo governo brasileiro.
O sinal mais forte dessa reaproximação aconteceu na última semana, com a passagem pelo Brasil da enviada especial alemã para o clima, Jennifer Morgan.
De acordo com o Valor, os alemães enxergam possibilidades de cooperação em áreas como energias renováveis, hidrogênio verde, agricultura sustentável e eficiência energética. Uma das ideias é atrair o Brasil e outros países latino-americanos para uma “grande aliança” em prol do hidrogênio verde e das fontes renováveis de energia.
Pontos de convergência com Alemanha
“A região [América Latina] tem muitos pontos de convergência com a Alemanha. Por isso, o governo alemão gostaria de intensificar a cooperação com países latino-americanos em benefício de nossas sociedades, da proteção do planeta e de seus ecossistemas”, disse Morgan.
A questão ambiental também foi destacada na conversa entre o presidente-eleito Lula e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, realizada na última 6ª feira (9/12). O Globo e UOL repercutiram a notícia.
“[Tivemos] um bom telefonema com Lula. Nós discutimos sobre trabalhar em nossas prioridades compartilhadas no meio ambiente e nos valores democráticos”, assinalou Sunak em um post no Twitter.
Como reportado pela imprensa nas últimas semanas, a equipe de Lula vem negociando a adesão do Reino Unido ao Fundo Amazônia como novo doador internacional, ao lado de Alemanha e Noruega.
Em tempo: Na semana passada, a União Europeia formalizou uma série de restrições à importação de produtos relacionados ao desmatamento, o que coloca em risco boa parte da pauta de exportação do Brasil para o mercado europeu.
O g1 conversou com especialistas sobre os reflexos da medida sobre o comércio exterior brasileiro, especialmente de soja e carne bovina. Uma das dúvidas levantadas é se as ferramentas de rastreabilidade já utilizadas por produtores brasileiros serão consideradas no monitoramento das cadeias pelas empresas europeias. Outro problema, mais forte para a criação de gado, é a rastreabilidade de fornecedores indiretos, onde as empresas brasileiras ainda patinam.
Texto publicado originalmente CLIMA INFO
Comentários