O 1º turno das eleições de 2022 foi repleto de surpresas – a maior parte, amarga para quem se preocupa com o meio ambiente e a crise climática no Brasil. Na disputa nacional, o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro seguirão para o 20 turno, no próximo dia 30. Até o final desta 2ª feira (3/10), o candidato petista liderava a apuração (48,43%) com mais de 6 milhões de votos de vantagem em relação ao atual mandatário (43,2%).
Pelo recorte regional, Bolsonaro venceu nos Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto Lula liderou nos Nordeste e Norte. A disputa presidencial nos estados da Amazônia Legal também foi acirrada. Enquanto Lula liderou em Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Tocantins, Bolsonaro obteve mais votos em Mato Grosso, Acre, Rondônia e Roraima.
Cinco governadores foram reeleitos neste 1o turno na Amazônia Legal – Antonio Denarium (RR), Carlos Brandão (MA), Gladson Cameli (AC), Mauro Mendes (MT) e Vanderlei Barbosa (TO). No AP, Clécio Vieira também foi eleito no domingo. Já no Amazonas e em Rondônia, a corrida estadual foi para o 2º turno, com os atuais governadores Wilson Lima e Marcos Rocha disputando contra Eduardo Braga e Marcos Rogério, respectivamente. O Amazônia Real fez um panorama dos resultados na região amazônica.
Os dados regionais e estaduais ficam ainda mais curiosos quando olhamos o nível municipal. Nas redes sociais, viralizou uma comparação entre os municípios onde Bolsonaro venceu Lula na Amazônia com as áreas onde o desmatamento tem sido mais intenso nos últimos anos. A análise (ainda) não é estatística, mas sugere uma correlação entre os índices de derrubada de floresta, especialmente no sul do Pará, no norte do Mato Grosso e em Rondônia, com a votação do atual presidente neste 1º turno.
Ainda sobre os dados municipais, a VEJA mostrou que, a despeito da vitória geral de Lula no PA, Bolsonaro se saiu melhor onde a grilagem e o garimpo são mais disseminados, como Itaituba, Novo Progresso e Trairão. O caso de Novo Progresso é simbólico: o município foi palco do infame “Dia do Fogo”, quando grileiros e fazendeiros se uniram para incendiar intencionalmente áreas de floresta.
Texto publicado originalmente por CLIMA INFO
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