A maioria dos brasileiros acredita que as ações de combate às queimadas e ao desmatamento são fundamentais para a proteção da Amazônia, mas, ao mesmo tempo, não confia na disposição do governo federal para realizá-las. Essa é a conclusão de uma pesquisa de opinião feita pelo IPEC, a pedido do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que entrevistou 2 mil pessoas de maneira virtual entre os dias 24 de fevereiro e 5 de março deste ano.
Para 68% dos entrevistados, medidas de fiscalização, aplicação de multas e combate à ilegalidade ambiental são primordiais para conter as queimadas na Floresta Amazônica nos próximos meses. Ao mesmo tempo, 47% deles entende que o governo federal não cumpre seu papel no controle do desmatamento, e apenas 13% confiam na União para conservar a região. Entre os atores mais confiáveis para a tarefa, segundo a pesquisa, estão as organizações ambientais (32%) e os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (29%). Matheus Leitão deu mais detalhes sobre a pesquisa na Veja.
Motivos para essa desconfiança não faltam. Como Mariana Mota (Greenpeace Brasil) e Mauro Guilherme Capelari (Universidade de Brasília) argumentaram no UOL Ecoa, o governo Bolsonaro conseguiu desmontar em 30 meses as conquistas ambientais acumuladas pelo Brasil em 30 anos, o que se reflete nos números assustadores da destruição ambiental nos últimos anos. “Não há a intenção de escutar, de dialogar, de construir uma política ambiental que seja eficiente e efetiva. Há negacionismo, propostas e metas vazias, ministro investigado e presidente do IBAMA afastado por envolvimento em facilitação ao contrabando de produtos florestais”.
Por outro lado, também não faltam motivos para confiar na capacidade e disposição dos Povos Indígenas para a proteção da Amazônia. A BBC destacou dados de uma pesquisa recente que mostrou que as comunidades nativas da floresta viveram milhares de anos na região “sem causar perdas ou distúrbios detectáveis de espécies”. O estudo, conduzido por pesquisadores norte-americanos, fez uma espécie de “arqueologia botânica”, com escavações e análises químicas e biológicas de sedimentos em três áreas na Amazônia peruana. Os dados levantados apontaram para poucos sinais de mudança na vegetação por intervenção humana ao longo de 5 mil anos.
Fonte: ClimaInfo
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