Uma organização sem fins lucrativos iniciou a missão de mapear os fungos que vivem sob a terra.
A vasta rede mundial de fungos subterrâneos sustentam a vida na Terra. Os fungos são organismos que desempenham um papel crítico abaixo da superfície, sequestrando carbono e movendo nutrientes através dos ecossistemas. Bilhões de toneladas de dióxido de carbono fluem anualmente das plantas para redes de fungos, ajudando a tornar os solos o segundo maior sumidouro global de carbono, depois dos oceanos. É por tal imensurável importância que a Sociedade para a Proteção de Redes Subterrâneas (SPUN) anuncia a primeira exploração global e mapeamento de redes subterrâneas de fungos.
“Ao longo de sua evolução de 475 milhões de anos, as redes micorrízicas desenvolveram habilidades que moldaram o mundo dos vivos. Ecossistemas subterrâneos são surpreendentemente diversos e permanecem em grande parte inexplorados”, afirmam os idealizadores do projeto. Mesmo tão essenciais, os fungos ainda não ganharam popularidade no debate climático e muito menos nas ações de conservação. A iniciativa de base científica SPUN nasce para acelerar esforços de proteção aos ecossistemas subterrâneos em colaboração com pesquisadores e comunidades locais.
A partir de 2022, os cientistas da SPUN vão começar a coletar 10 mil amostras de 10 pontos de acesso ao redor do mundo no próximo ano, começando na Patagônia. O projeto seguirá por cerca de 18 meses.
Entre os objetivos do projeto, os pesquisadores querem localizar os ecossistemas que enfrentam as ameaças mais urgentes e realizar parcerias para criar “corredores de conservação”. Uso de agrotóxicos, desmatamento e urbanização estão entre as atividades humanas que ameaçam as redes de fungos. Além de protegê-los de danos, a intenção é melhorar a capacidade dos fungos em absorver e armazenar CO2 nos muitos quilômetros subterrâneos em que se estendem.
“Compreender melhor os ecossistemas subterrâneos é uma grande oportunidade para iniciativas de biodiversidade e clima. Redes fúngicas sustentam a vida na Terra. Se as árvores são os ‘pulmões’ do planeta, as redes de fungos são os ‘sistemas circulatórios’”, afirma Mark Tercek, ex-CEO da Nature Conservancy e atual membro do Conselho de Administração da SPUN.
O financiamento para a implementação do projeto provém do bilionário britânico Jeremy Grantham, que doou US $ 3,5 milhões. A SPUN é composta por cientistas da Holanda, Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha e da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Fonte: CicloVivo
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