Durante a COP26, muitas foram as manifestações do setor financeiro dizendo compreender os riscos da mudança do clima e que o custo de fazer nada ou pouco é maior do que as consequências climáticas. Mas persiste a desconfiança de que há mais greenwashing do que comprometimento.
A Folha publicou uma matéria sobre quem enxerga mais verde nas relações públicas do que nas ações e, em outra matéria, fala que investidores preferem investir em resultados a curto prazo do que nos compromissos ESG (sigla em inglês de Ambiente, Social e Governança) expressos nos lançamentos de green bonds. A matéria cita a Vale, a Brasken e a Petrobras como exemplos que seguem atraindo investidores, apesar dos desastres recentes que provocaram.
Em relação à Petrobras, Fabio Alperowitch, da Fama Investimento, comenta o recente plano quinquenal, no qual a empresa diz ao mercado “algo como ‘eu sou como sou, vou continuar com combustíveis fósseis e não estou nem aí para essa agenda de mudanças climáticas’. Mesmo assim, o mercado não puniu a empresa, e continua não punindo”.
O papel do setor financeiro é o centro de uma terceira matéria de Thiago Bethônico, na Folha. Ele abre citando Carlos Leiria Pinto, do braço de desenvolvimento do Banco Mundial no Brasil, o IFC (International Finance Corporation). Ele entende que há uma falta de marco regulatório capaz de dar um sinal claro para onde o mercado deve se dirigir, e “se não houver, de fato, um marco regulatório, não vamos chegar lá. Mas só um marco regulatório não é suficiente”.
Em uma última matéria, Thiago fala que os estados “entram na onda ESG como incentivadores de negócios verdes”.
Se o Brasil não está surfando a onda green, o restante da América Latina também parece estar perdendo o barco. A Bloomberg conta que governos no mundo todo emitiram pouco menos de US$ 100 bilhões em green bonds este ano que devem aumentar na esteira da COP de Glasgow, enquanto que, por exemplo, o Banco Mundial lançou títulos verdes de países latino-americanos que mal passam de US$ 100 milhões. O Valor reproduziu a matéria.
Fonte: ClimaInfo
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