Com Salles na corda-bamba e o desmatamento na Amazônia atingindo níveis recordes no último mês, o vice-presidente Hamilton Mourão voltou aos holofotes e defendeu a retomada de ações militares na floresta para combater ilegalidades e prevenir novas queimadas nos próximos meses. De acordo com Mourão, que também preside o Conselho da Amazônia, a ideia de uma nova operação de garantia da lei e da ordem (GLO) estaria sendo discutida junto com o ministro da defesa, general Walter Braga Netto, e teria um “custo mais baixo”, considerando o aperto orçamentário da União para 2021. “Tem duas linhas de ação: ou abre uma ação orçamentária e a gente dá um apoio de inteligência e logística para as agências [ambientais], ou bota uma GLO mais tímida”, disse. A última operação, a Verde Brasil 2, se encerrou formalmente no final de abril com um balanço pouco animador. Folha, G1, Metrópoles e Valor destacaram a fala de Mourão.
Enquanto isso, o Programa Queimadas (INPE) se prepara para mais uma temporada de incêndios florestais na Amazônia e no Cerrado, sob o temor de uma nova escalada da destruição nesses biomas e apertado por problemas orçamentários. Cristiane Prizibisczki fez uma reportagem bacana no UOL Ecoa sobre a história do projeto, criado em 1985, lembrando os desafios enfrentados pelo INPE para ampliar sua capacidade de monitoramento e construir um sistema via satélite eficiente e de qualidade reconhecida internacionalmente. No entanto, o momento atual não é para comemorações: como todo o setor de ciência e tecnologia no Brasil de Bolsonaro, o INPE sofre com corte de verbas e sucateamento de infraestrutura de pesquisa e trabalho, além de ataques políticos por parte do presidente e de seus auxiliares.
Fonte: ClimaInfo
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