Com manobra contábil para reduzir meta de corte nas emissões de CO2, Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil caiu na classificação da Climate Action Tracker
O que já não estava bom acabou ficando ainda pior. Após uma manobra contábil que permitiu relaxar sua meta de corte nas emissões de dióxido de carbono (CO2) dentro dos compromissos assumidos diante do Acordo do Paris, o Brasil teve sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) reavaliada. De “insuficiente”, passou para “muito insuficiente”, conforme avaliação da Climate Action Tracker, que faz uma análise científica independente sobre as ações dos governos para reduzir as emissões de gases do efeito de estufa.
Assim, o Brasil está se afastando da meta global de limitar o aquecimento da Terra a 1,5°C acima dos níveis da era pré-industrial, como ficou definido em 2015, no acordo assinado por 195 países durante a COP21, a Conferência das Partes das Nações Unidas (ONU). Para alcançar esse objetivo globalmente, a soma das metas das novas e atualizadas NDCs devem representar uma redução de cerca de 55% das emissões até 2030 em comparação ao que foi acordado em 2015.
Porém, ao atualizar sua NDC, em dezembro de 2020, quando o Acordo de Paris completou cinco anos, o Brasil foi na contramão de tudo o que se esperava de uma nação comprometida com o combate à crise climática. A nova Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil foi ainda menos ambiciosa do que a anterior – o que aconteceu por conta de uma estratégia apelidada pelos ambientalistas de “pedalada climática“.
Fonte: Um só Planeta
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