Em carta, nove ex-ministros do Meio Ambiente pedem ajuda aos líderes da França, Alemanha e Noruega para conter a “dupla calamidade pública, ambiental e de saúde” que está em curso na Amazônia brasileira. O texto é assinado por José Goldemberg, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, Izabella Teixeira, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Edson Duarte. Os ex-ministros citam o aumento de desmatamento e dos incêndios florestais; e o colapso do sistema hospitalar, em especial no estado do Amazonas, e pedem que os países europeus enviem socorro a essas populações amazônicas, com a doação de materiais, equipamentos e medicamentos, como por exemplo cilindros de oxigênio.
“Grande parte dessas populações que estão sendo dizimadas pela pandemia são justamente as detentoras de valiosos conhecimentos tradicionais associados aos recursos naturais. Esses grupos são também os principais guardiões da floresta, da qual necessitam para sua própria sobrevivência e cujo modo de vida e valores culturais os levam a conviver harmoniosamente com a biodiversidade”, descreve o documento, enviado nesta terça-feira (26) ao presidente da França, Emmanuel Macron, e às primeiras-ministras da Alemanha, Angela Merkel, e da Noruega, Erna Solberg.
Os ex-ministros pedem ainda que os líderes europeus sejam intermediários “junto a outros governos de países desenvolvidos, deste urgente pedido de socorro que lhes dirigem os necessitados habitantes das nossas florestas, tão severamente assolados pela pandemia”.
“Conhecendo de perto a realidade amazônica, os signatários desta carta, ex-ministros do Meio Ambiente do Brasil, sabem por experiência que nem o governo federal nem os governos locais possuem todos os meios indispensáveis para socorrer as populações mais frágeis e vulneráveis da região”, completa a carta.
“Resolvemos pedir apoio pros nossos aliados tradicionais e apelamos. Porque a gente tem o foco, claro, no meio ambiente, nas nações indígenas, no clima, mas a crise humanitária, ainda mais numa região que tem a ver com o oxigênio do planeta, e está agora sem oxigênio, é um contrassenso”, lamenta Carlos Minc em mensagem enviada ao ((o))eco.
Fonte: O Eco
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