A capacidade do sistema elétrico em suprir a demanda estará esgotada em outubro caso as previsões de chuvas abaixo da média histórica se realizem e a retomada de setores da economia puxar a demanda para cima. A notícia é do Valor. E, claro, se o governo insistir em tapar o rombo hídrico um regador de pedidos de contribuição voluntária.
Neste final de semana, o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estava pouco acima de 22%. O ONS tem um cenário no qual os reservatórios chegarão ao final de setembro com 15% de capacidade. Neste século, o pior momento foi em 2001, no auge da crise, quando o nível chegou a 20,6%. Uma hidrelétrica perde potência quando o reservatório baixa. A consultoria Volt, relata a Folha, estima que os níveis atuais correspondem a uma perda de 7GW, o que equivale a metade da capacidade de Itaipu.
Na semana passada, Bolsonaro pediu para a população “apagar um ponto de luz”, mostrando que ele e quem o assessora não fazem ideia do que estão falando. O ministro Bento repetiu que não haverá racionamento. As falas estão no UOL, O Globo, Folha, Estadão e no Valor. A previsão de pouca chuva em setembro foi comentada pela Reuters.
Miriam Leitão, n’O Globo, comentou que finalmente Bolsonaro falou da crise. E acrescentou que talvez a crise atual seja aguda, mas a mudança do clima faz do estresse hídrico um problema crônico que precisa entrar no planejamento de todo o país.
Celso Ming, no Estadão, diz que o governo, que chamou a pandemia de gripezinha, acha que a crise hídrica pode ser tratada sem medidas fortes. Ming escreve que “a prometida recuperação da economia não está sendo comprometida apenas pelo aumento do rombo fiscal e da dívida; pelo desemprego e perda de renda; e pela escalada da inflação e dos juros. Está sendo comprometida também pela escassez de energia elétrica, sem que a população seja devidamente informada sobre as consequências.”
Sobre os aumentos na tarifa, a CNN Brasil diz que a conta de luz subiu mais de 20% nos últimos 12 meses. O Correio Braziliense diz que haverá um aumento de 50% na bandeira vermelha nos próximos dias, chegando a quase R$20. O Globo trouxe a opinião de Clarice Ferraz, do Instituto Ilumina, afirmando que a bandeira vermelha 2, pode chegar a R$25 no ano que vem. Lembrando que, até junho, ela valia R$6,24.
Fonte: ClimaInfo
Comentários