Colunista diz que, com a escassez de recursos hídricos, o risco de contaminação das águas dos reservatórios aumenta, pois as impurezas se concentram no pouco volume de água disponível.
A falta de chuva e a diminuição do nível dos reservatórios são sinais de uma crise hídrica que irá afetar os reservatórios brasileiros e principalmente a região Sudeste. Com a falta de recursos hídricos, os impactos sentidos pela população não iram ser limitados somente no aumento da tarifação da energia elétrica. Na coluna desta semana, o professor Paulo Saldiva comenta como essa escassez irá afetar a saúde da população.
A crescente concentração urbana demanda uma quantidade de água que não acompanha o ritmo pelo qual o meio ambiente consegue prover esse recurso. Outro ponto destacado pelo professor são os problemas em torno do tratamento de águas sanitárias contaminadas pelas redes urbanas. De acordo com ele, a escassez faz com que as impurezas se concentrem no pouco volume de água disponível, o que aumenta suas chances de eutrofização e a proliferação de matéria orgânica.
A falta de pressão nos tubos do sistema de distribuição pode vir a contribuir para a contaminação da água, aumentando o risco de doenças. “Historicamente, toda vez que houve uma redução da quantidade de água, com racionamentos provisórios, alternados para várias regiões, você tem um aumento correspondente das diarreias e doenças transmissíveis por água contaminada. Isso mostra que a sustentabilidade não é uma questão ambiental ecológica, mas afeta diretamente a nossa saúde”, conclui Saldiva.
Fonte: Jornal da USP
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