“O resto da história todos conhecemos. O super Guedes hoje é decorativo e finge de égua para se manter ali com a desculpa, tenho certeza, para seus amigos mais próximos, de que se jogar o boné vai ser pior, quiçá outro general com grande experiência estratégica em economia.”
Alexandre Paolinelli
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Começo esclarecendo que não faço parte da Avenida Faria Lima, mas também acreditei em Paulo Guedes. Compactuo com a evidência que estamos em guerra, a moderna luta de classes entre Estado x Cidadão e acho mesmo que um choque liberal poderia fazer o milagre de dar ao Estado-monstro um pouco de eficiência. Um serviço para o super Guedes, pensava eu. E pelo jeito a confraria da Faria Lima também pensava assim.
Por uma contingência do destino, (a pedido do Valdemar Costa Neto “presidente/dono” do PR atual PL) estive pessoalmente com Jair Bolsonaro em julho de 2018. Fui advertido previamente pelo próprio Valdemar que Bolsonaro não ouve ninguém… Restou dessa conversa, de uns 30 a 40 minutos, a nítida sensação de que ele não ouve mesmo. Mas não ouve porque não entende. Tive esse tipo de conversa com milhares de candidatos na minha vida. Tive a certeza de que o então candidato estava no top 3 dos mais obtusos com quem já conversei. Entretanto, devo destacar que ele reconhecia sua limitação e naquele momento deduzi que isso poderia ser sua salvação. Ele delegaria, pensei eu, os assuntos vitais da economia para o Guedes, e com a entrada do Moro, teria alguém qualificado com as questões da segurança e por aí vai.
Defino o político, qualquer político, como sendo um vendedor de esperanças, nada mais e nada menos que isso. Então, todo eleitor que se motiva a votar é um crédulo, pois se não fosse assim, nem votaria. Tive esperanças portanto no tripé Guedes, Moro e “todososoutros”. O resto da história todos conhecemos. O super Guedes hoje é decorativo e finge de égua para se manter ali com a desculpa, tenho certeza, para seus amigos mais próximos, de que se jogar o boné vai ser pior, quiçá outro general com grande experiência estratégica em economia.
Resta-nos o alento de que o vendedor de esperanças Bolsonaro não mais as tenha para vender e por isso seja apeado do poder em 22 ao transformar seus crédulos seguidores em apóstatas. Porém o “dark side of the moon” de minha esperança é de que ele possa estar e está, maquinando um jeito de continuar lá, mesmo sem estoques de esperança pra vender. Venezuelaríamos? Não sei de quem é o alerta ou o mau agouro, entretanto cabe bem lembrar aqui um outro alarme sombrio, segundo qual “ tu te transformas naquilo que mais odeia”…Triste fim de uma democracia em caixa baixa.
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