De reunião de trabalho a treinamentos e palestras, tecnologia HoloPresence utiliza hologramas para engajar pessoas e gerar resultados.
Os encontros presenciais não estão mais populares desde o início da pandemia de COVID-19. O espaço físico deu lugar ao ambiente virtual e muitas empresas precisaram adaptar a forma de realizar eventos, conferências, reuniões e treinamentos.
Porém, se tornou cansativo o uso de inúmeras plataformas de videochamadas em que a interação é mínima. Essa “fadiga do Zoom”, termo trazido da imprensa norte-americana, tem duas consequências: a exaustão dos colaboradores e a obsessão pela própria imagem.
Como, então, engajar os colaboradores, líderes e outras pessoas que precisam constantemente estar presentes, ainda que virtualmente? Se depender da ARHT Media, empresa canadense do setor de eventos, o uso de holograma será o “novo normal” dos encontros virtuais.
A companhia patenteou a HoloPresence, uma tecnologia que projeta uma pessoa de forma bem realista a partir de hologramas. A novidade tem chamado atenção de diversas empresas, como a WeWork, que anunciou parceria com a ARHT Media para promover reuniões “presenciais”.
Em entrevista ao site Cheddar News, Larry O’Reilly, CEO da ARHT Media, contou um pouco como a tecnologia funciona.
Como é a tecnologia de holograma na prática?
O’Reilly explica que o holograma funciona a partir de um fundo de tela verde, bem semelhante a uma pessoa que apresenta a previsão do tempo em um telejornal. O conteúdo – seja de uma reunião, treinamento ou palestra – é gravado em 4K.
Após gravar todo o conteúdo, o arquivo de vídeo e o de áudio são compactados, criptografados e transferidos via conexão de internet. “Nós podemos exibir a pessoa gravada como um holograma em tamanho real”, disse o CEO.
O executivo ainda destacou que a baixa latência permite que o público tenha a percepção de que a pessoa está realmente no local apresentando algo. Leva menos de 0,03 segundo essa impressão, contou.
Quem já adotou a tecnologia conseguiu ver bons resultados, garante O’Reilly. A HoloPresence foi utilizada em uma conferência virtual da Novartis, empresa farmacêutica. Em uma apresentação, três pesquisadores discutiram e interagiram como se estivessem um do lado do outro.
Mas, na verdade, um estava na Austrália, outro na Alemanha e o terceiro na Grécia. “Isso foi tão impactante que a Novartis relatou que outras apresentações tiveram de 4 a 500 visualizações. Já a feita com nossa tecnologia chegou a 2.400 visualizações.”
Os setores que podem se beneficiar da tecnologia
De acordo com O’Reilly, diversos setores podem fazer uso da HoloPresence. Até então, a ARHT Media já atendeu empresas da área financeira, educacional, saúde e telecomunicações. Confira abaixo alguns casos de uso da tecnologia, retirados do site da ARHT Media.
– Finanças:
Uma instituição financeira realizou um evento, porém um imprevisto impossibilitou a participação presencial de um executivo. A ARHT Media montou um telão holográfico, captou as imagens desse líder e o transmitiu em tempo real, permitindo até uma interação com o público.
O uso da tecnologia levou o público a se engajar nas redes sociais, posicionando o cliente da ARHT como uma empresa inovadora e avançada em tecnologia.
– Educação:
Uma universidade de Londres adotou a tecnologia para oferecer as melhores palestras aos estudantes de MBA da instituição. Após realizar um evento que reuniu diversas mulheres líderes em TI, a universidade passou a oferecer eventos por meio de hologramas.
– Telecomunicação:
Uma operadora de telefonia chinesa contratou a HoloPresence para demonstrar os benefícios da tecnologia 5G. Essa parceria resultou em uma apresentação sobre como a adoção de hologramas pode fomentar o mercado de comunicação, assim como o de educação.
Quais as expectativas para o futuro?
Na conversa com o site Cheddar News, O’Reilly ressaltou que, hoje, a tecnologia pode ser usada para melhorar a comunicação dentro das empresas. “Todo mundo já ouviu falar de streaming, da fadiga [de ficar muito tempo na frente de uma tela] ou de ver muitas pessoas em uma tela só.”
Apesar de uma dinâmica diferente e com um uso mais corporativo, o CEO acredita que a tecnologia poderá estar nos lares das pessoas nos próximos cinco anos. O motivo é que a quantidade de inovações sendo lançadas pode fazer o preço da solução cair.
Porém, O’Reilly não deixou claro na entrevista se a tecnologia terá uma API para outras empresas customizarem a solução, embora ele tenha dito que “basta colocar uma camada em nosso software e pronto [sobre a redução de preço]”. Vamos acompanhar!
Fonte: Mundo mais Tech
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