Chefiada pela bolsonarista Carla Zambelli, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprovou nesta 3ª feira (6/7), por 12 votos a 5, um projeto de lei que inclui policiais militares e bombeiros no Sistema Nacional do Meio Ambiente, o que lhes daria poder para realizar fiscalização ambiental. O PL 6.289/2014 foi apresentado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro e “repaginado” no ano passado pelo também bolsonarista (e ex-militar) Coronel Tadeu (SP). Seu relator na comissão foi outro parlamentar de origem militar, o Coronel Chrisóstomo (RO).
Como O Globo observou, a proposta é vista com desconfiança por ambientalistas, já que abre margem para que os militares assumam outras atribuições dentro da política ambiental federal, o que intensificaria o esvaziamento dos órgãos especializados – o que tem sido uma constante sob Bolsonaro. “Estamos vendo uma militarização de órgãos civis no país que exigem formação técnica”, comentou Rodrigo Agostinho, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista. O projeto ainda precisará ser analisado pelas comissões de Segurança Pública e de Constituição e Justiça antes de ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. O Eco também repercutiu essa notícia.
Em tempo: No Globo Rural, Mariana Grilli conversou com especialistas de relações internacionais para montar um panorama dos desafios internacionais para o novo ministro do meio ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite. O “passivo diplomático” a ser enfrentado pela nova gestão não é pequeno e o balanço dos desafios de Pereira Leite é misto: por um lado, a predisposição inicial para o diálogo pode ajudá-lo a retomar pontes queimadas pelo antecessor nos EUA e na Europa; por outro, a “cara” do desgoverno ambiental do Brasil no exterior segue a mesma, mesmo com a troca ministerial – afinal, o presidente continua sendo Jair Bolsonaro.
Fonte: ClimaInfo
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