A articulação recente de bancos centrais mundo afora para analisar riscos climáticos relacionados a investimentos públicos e privados sinalizou que essas instituições, antes distantes da agenda climática, estão prestando cada vez mais atenção no tema. No entanto, alguns problemas persistem e podem dificultar o aproveitamento da política monetária como instrumento para identificar riscos financeiros associados ao clima.
O Financial Times destacou um desses pontos: as carteiras de títulos dos bancos centrais, que cresceram exponencialmente na última década, depois da crise financeira de 2009, e que experimentaram um novo boom no ano passado por causa da pandemia. Esses bancos se tornaram acionistas de muitas companhias privadas, mas ainda são tímidos em usar o peso dessa condição para pressionar os executivos. No caso do Banco Central do Brasil, Alex Ribeiro abordou no Valor outro problema que pode comprometer as pretensões verdes da instituição: a falta de dados para mensurar os riscos de eventuais perdas atreladas a impactos financeiros da mudança do clima.
Outro ponto é a rapidez com a qual essas mudanças podem (e devem) ser feitas sem causar o risco de gerar inflação. Para o chefe do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, uma ação demorada e limitada pode fazer com que a crise climática cause inflação. Já Larry Fink, presidente do fundo de investimentos BlackRock, o risco de inflação é maior caso as ações climáticas no mercado financeiro aconteçam de maneira rápida demais. A Reuters contrastou as duas posições e destacou como o mercado financeiro ainda bate cabeça nesse tema.
Fonte: ClimaInfo
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