Infelizmente, mais uma má notícia pra começar 2021. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje os dados dos alertas do Sistema Deter de dezembro de 2020. Os números apontam que foram destruídos 216 km2 da Amazônia, um aumento de 14% em relação ao mesmo mês de 2019.
Quando analisado o período de janeiro a dezembro de 2020, o total da área devastada na Floresta Amazônica foi de 8.426 km2, a segunda pior marca anual do sistema de monitoramento Deter, iniciado em 2015. Em 2019, foram registrados 9.178 km2 desmatados.
Os números revelam que nos primeiros dois anos da gestão do presidente Jair Bolsonaro, a média anual de desmatamento na Amazônia foi de 8.802 km2, um aumento de mais de 81% em comparação à média dos três anos anteriores à sua posse (2016 a 2018): 4.845 km2.
“Bolsonaro teve dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorreram na gestão dele. As queimadas, tanto na Amazônia quanto no Pantanal, também cresceram por dois anos consecutivos. Não é coincidência, mas sim o resultado das políticas de destruição ambiental implementadas pelo atual governo”, avalia Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Não bastassem os números do desmatamento que seguem em ritmo crescente, mês a mês, o Inpe deverá ter corte de 15% no orçamento em 2021. A informação foi revelada por Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, pasta a qual o Inpe responde, no mesmo dia em que os dados do instituto apontaram que a Amazônia teve o índice mais alto de destruição da floresta dos últimos 12 anos.
Além disso, como noticiamos nesta outra reportagem, sem licitação e ignorando parecer do Inpe, o governo comprou um novo satélite para monitorar desmatamento. O Comando da Aeronáutica assinou, em sigilo, a aquisição no valor de R$ 175 milhões, mas não revela detalhes técnicos do equipamento, que especialistas do Inpe temem ser inadequado para o monitoramento da Amazônia.
Fonte: Conexão Planeta
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