A disparada do desmatamento na Amazônia, facilitada pelo desmonte da fiscalização ambiental promovido pelo governo Bolsonaro, impulsionou casos de abusos trabalhistas, especialmente nos setores envolvidos com a destruição da floresta. Desde 1995, mais de 1,3 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em madeireiras apenas no estado do Pará. Mas, como destacou a Reuters, é bastante provável que o número real de casos seja muito maior. “A relação entre [desmatamento e escravidão] é permanente”, explicou Lys Sobral Cardoso, do Ministério Público do Trabalho.
Os abusos mais comuns acontecem no processo de derrubada de árvores e limpeza das áreas desmatadas: nesses casos, fazendeiros usam mão-de-obra em condições precárias para preparar o terreno para o gado. Mais recentemente, o avanço do garimpo resultou na intensificação de casos de trabalho análogo à escravidão associados a essa atividade. Além das condições desumanas, os trabalhadores também são expostos a riscos de contaminação pelo mercúrio utilizado na exploração de ouro.
Falando em ilegalidades e desmatamento, especialistas cobraram do governo federal a suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de propriedades em que a derrubada ilegal de floresta já tenha sido identificada. O CAR é tido como o primeiro passo para o processo de regularização fundiária de um imóvel rural; sem esse registro, essas áreas não podem ser regularizadas e ficam sem acesso a incentivos fiscais e financeiros por parte do poder público, como crédito rural e isenção de impostos para aquisição de insumos. O diagnóstico foi feito na última 2ª feira (23/8), durante audiência no Senado Federal. Congresso em Foco e G1 deram mais detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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