O desmatamento ao longo do sul da Floresta Amazônica pode levar à destruição de mais da metade das florestas que ainda restam até 2050. E provocar prejuízos ao agronegócio de cerca de US$ 1 bilhão. O aviso veio de um trabalho de pesquisadores da UFMG que saiu na Nature. Os pesquisadores, no release da UFMG, falam em um “agrosuicídio” do setor, caso continuem a promover cada vez mais desmatamento.
Eles examinaram as correlações entre desmatamento e mudanças no regime de chuvas, dividindo os 1,5 milhões de km2 do sul do Amazonas e Pará mais Acre e Rondônia e um pouco do norte do Mato Grosso e Tocantins – área que inclui todo o arco de desmatamento. Os resultados confirmam a previsão da existência de um limiar de desmatamento a partir do qual passa-se a chover cada vez menos. O valor exato do limiar e do tamanho da redução depende do local, do regime anterior e do desmatamento em torno. E a perda de cobertura acelera com menos chuvas.
Os pesquisadores simularam os impactos econômicos sob dois cenários. Um primeiro em que a governança é fraca e o desmatamento acelera. Em 2019, cerca de 25% da área já tinha passado desse limiar onde a quantidade de chuva diminui ano a ano. Neste cenário, em 2030, 36% da área teria ultrapassado o limiar e, em 2050, mais da metade da região viveria a degradação da mata nativa. Essa redução se expressa por uma estação de chuvas começando mais tarde e terminando mais cedo. Isso geraria impactos importantes nas lavouras da região que, hoje, colhem duas safras anuais. O prejuízo anual estimado neste cenário seria de US$ 1 bilhão (pouco mais de R$ 5 bilhões no câmbio de hoje) quando comparado ao cenário de um combate forte ao desmatamento na região. Vale ver as matérias n’O Globo e na Globo Rural.
Fonte: ClimaInfo
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