A Comunidade Nova Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, no município de Manaus, em parceria com a agência de turismo Braziliando está promovendo viagens online por meio da plataforma a Conexão Baré.
“A partir do momento em que os turistas não puderam mais chegar aqui, a geração de renda da comunidade foi prejudicada. O ano de 2020 foi uma época de reflexão. Não sabíamos como enfrentar isso, era algo novo para o nosso povo. E mesmo com essas dificuldades, foi o momento de termos novas ideias, um processo de construção coletiva. Aí pensamos em realizar o turismo de forma virtual”, diz Joarlisson Garrido, da etnia Baré e líder do grupo de turismo de base comunitária e de artesãos da comunidade Nova Esperança.
As primeiras vivências em parceria com a agência de turismo aconteceram no ano de 2020. As viagens virtuais com cerca de duas horas de duração acontecem com oferta de materiais de imersão da cultura local, dias antes do embarque.
No dia marcado, o viajante entra na plataforma de videoconferência, se apresenta e participa de um sobrevoo pela floresta, um passeio por Manaus e navegação pelos rios Negro e Cuieiras até se conectarem com os anfitriões.
“Para nós, muitos paradigmas foram quebrados, a interação não se dá somente na vivência presencial, mas dessa forma virtual também. Fazendo uma reflexão, mesmo com todos os desafios da pandemia na saúde, na educação e na economia, o Baré estava on. Hoje, nós trabalhamos essa iniciativa que a cada dia nos traz mais aprendizado e tem impactado na receita da comunidade. É importante compartilhar, é possível fazer o turismo de forma virtual no meio da floresta, desenvolver, inovar e de fato concretizar a sustentabilidade para os povos que vivem na floresta”, diz Joarlisson.
Segundo pesquisa realizada pela Rede Observatório de Turismo da Universidade do Amazonas em parceria com a Amazonastur, o estado do Amazonas registrou uma queda de 66% no faturamento do setor.
“Esta foi também a alternativa que enxergamos para seguirmos promovendo experiências autênticas e transformadoras na Amazônia. Essa vivência, que surgiu como um paliativo para a crise, acabou se apresentado como um caminho consistente para promovermos a inclusão na agência, uma vez que possibilita a participação de quem não conseguiria realizar a viagem presencialmente, como pessoas com restrições financeiras ou cadeirantes. E, ainda, tem o potencial de levar a cultura Baré para pessoas de outros países e para instituições de ensino”, diz Ana Taranto, sócia fundadora da agência de turismo Braziliando.
Fonte: Brasilturis
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