Na Reuters, Carolina Mandl e Jamie McGeever abordaram a estratégia recente do Banco Central do Brasil para incluir a questão climática na gestão de riscos dentro do mercado financeiro nacional. A instituição prepara um conjunto de normas que exigirão dos bancos a contabilização de potenciais perdas advindas de fenômenos relacionados à mudança do clima, como secas, inundações e incêndios florestais. A postura do BC, que inclui o Brasil entre os mercados pioneiros nesse debate no mundo, contrasta com o ostracismo político e diplomático do governo Bolsonaro na agenda de meio ambiente e clima.
O objetivo do BC com essa estratégia é dar mais solidez ao mercado financeiro e bancário nacional em um mundo que passa por transformações climáticas imprevisíveis. A intensificação de eventos extremos tem levantado preocupações crescentes entre investidores e empresas sobre a exposição de seus negócios aos riscos climáticos, bem como o impacto deles sobre as mudanças do clima em si. “Nosso objetivo não é proibir os bancos de conceder empréstimos, mas conscientizá-los sobre os riscos que correm relacionados a mudanças climáticas”, explicou Kathleen Krause, do departamento de regulação prudencial do BC.
De acordo com o BC, as novas regras para incorporação do risco climático aos testes de estresse do sistema bancário devem ser apresentadas ainda neste ano, com implementação a partir de 2022. Os bancos, por sua vez, estão pedindo um prazo de adaptação de 18 meses para facilitar a implementação das medidas.
O UOL publicou uma tradução da reportagem.
Fonte: ClimaInfo
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