O presidente Jair Bolsonaro não consegue ficar longe de polêmicas. Uma das últimas foi a afirmação de que não existe “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada” na Amazônia.
Bolsonaro diz que está organizando uma viagem à região com embaixadores estrangeiros para sobrevoar entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) para mostrar que não há devastação da floresta amazônica.
Se fizer isso, o presidente da República estará mostrando aos visitantes um dos espaços em que menos se desmata. Bolsonaro deveria sobrevoar o sul do Amazonas, onde está concentrada a nova fronteira agropecuária e onde se registram os maiores focos de queimada e desmatamento.
O Estado do Pará é outro território da Amazônia onde há avanço da devastação tanto pela agricultura e pecuária quanto pelos garimpos ilegais, encorajados pelo governo Central, ao arrefecer a fiscalização e controle na região.
Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão responsável pelo monitoramento da região, são muito claros em relação ao aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
As ações do governo em relação à região sempre foram direcionadas a negar estudos e dados oficiais, como também voltadas claramente ao desmonte da estrutura de proteção da floresta.
Diante das críticas, principalmente, das autoridades internacionais e de setores da economia, que não toleram mais as práticas de degradação do meio ambiente, Bolsonaro tenta convencer não se sabe quem de que o mundo, a mídia e a rede de proteção da Amazônia estão contra o Brasil, que ameaçam a soberania do país.
Diante dos fatos e dos números, a pergunta é pertinente: Quem mente sobre a Amazônia? O presidente da República ou os órgãos de controle e a rede de proteção da floresta?
Fonte: Amazonas Atual
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